Entidades de descendentes ucranianos no Brasil lançaram em Curitiba campanha humanitária para ajudar a população na guerra na Ucrânia, país do leste europeu invadido pela Rússia. A campanha Humanitas Brasil-Ucrânia conta com 20 entidades representativas, entre sociedades, clubes e igrejas ucranianas. Em dois dias já foram arrecadados cerca de R$ 100 mil.
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A mobilização tem apoio do governo do Paraná, que foi acionado pela organização para ajudar no envio de remédios e insumos hospitalares à Ucrânia [leia mais abaixo]. O estado tem aproximadamente 480 mil imigrantes e descendentes de ucranianosa, a maior colônia do Brasil. Desde quinta-feira (3), o Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, está iluminado nas cores azul e amarela da bandeira da Ucrânia.
O grupo abriu uma conta bancária para receber doações em dinheiro. As doações podem ser feitas em Pix na chave do CNPJ 78.774.668.0001-83 da Representação Central Ucraniano Brasileira (RCUBRAS). A ajuda também pode ser feita por depósito: banco 104 (Caixa Econômica), agência 1628, operação 013 (poupança), conta 00010493-0. A organização da campanha pede para que as doações sejam feitas com dígitos de centavos. Por exemplo: se a ajuda for de R$ 100, o doador deve preencher o campo como R$ 100,01.
Os organizadores da campanha alertam para quem doar que preste atenção no destinatário da ajuda, a Representação Central Ucraniano Brasileira (RCUBRAS). Dessa maneira, evitam-se golpes.
O dinheiro arrecadado será repassado à embaixada da Ucrânia no Brasil, que vai destinar as doações para a população vítima da guerra na Europa. "O dinheiro vai exclusivamente para ações humanitárias: compra de alimentos, água, ajuda de transporte e moradia, entre outras. "Ressaltamos que esse dinheiro não vai para armamentos dos ucranianos que estão lutando por seu país. É para a população refugiada", enfatiza o coordenador da campanha, Vitor Hugo Burko.
Pela dificuldade de acesso por causa dos ataques intensos das tropas russas, Burko acredita que a doação deva ser destinada para atender refugiados que chegam aos países vizinhos da Ucrânia. Em especial a Polônia, que recebeu a maioria dos refugiados. Estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) na manhã desta sexta-feira (4) é de que 1,2 milhão de ucranianos tenham fugido do país desde que a Rússia começou a guerra há oito dias.
Remédios e acolhimento de refugiados
A campanha Humanitas Ucrânia-Brasil também vai oferecer acolhimento para ucranianos que queiram se refugiar no Brasil e para os ucranianos que estavam no país quando a guerra eclodiu e não conseguiram retornar para casa.
A ação também vai se organizar para enviar doações de remédios e insumos hospitalares, como máscaras e luvas cirúrgicas. "Esses insumos de saúde é o que o pessoal lá da Ucrânia mais tem pedido para nós", afirma Burko.
A organização da campanha humanitária pediu ajuda ao governo do Paraná na arrecadação de remédios e insumos hospitalares, já que esses produtos exigem acondicionamento, transporte e manuseio especiais dentro de normas sanitárias não só para serem enviados para a Ucrânia, mas aqui mesmo no Brasil.
Há também questões tarifárias e diplomáticas que deverão envolver não só o governo estadual, mas também o federal.
A ajuda no envio dos insumos hospitalares para a Ucrânia será tratada no governo do Paraná pela Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (Sudis), órgão ligado diretamente ao gabinete do governador Carlos Massa Ratinho Jr. Além do Paraná, o governo de São Paulo também já ofereceu apoio à Campanha Humanitas Ucrânia-Brasil.
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