Com as aulas presenciais suspensas, substituídas pelo ensino a distância, e alunos enfrentando dificuldades financeiras - por terem perdido pelo menos parte da renda devido às medidas de isolamento social para o enfrentamento da epidemia de Covid-19 -, as universidades particulares paranaenses vêm sentindo um crescimento significativo da inadimplência e, também, do cancelamento de matrículas. Com o agravamento da situação, sem prazo estimado para a retomada das atividades econômicas, várias instituições têm adotado programas emergenciais para atender aos alunos em dificuldade financeira. Ação que até contraria a orientação do sindicato que as representa, respaldada pelas entidades de direito do consumidor, de que eventual negociação deveria ocorrer caso a caso.
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Sem revelar números, as faculdades reconhecem o problema. “Percebemos que aumentou a evasão por conta de muitos estudantes terem sido demitidos. É um efeito cascata”, diz a presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe), Esther Cristina Pereira. Ela cita que a orientação para as universidades filiadas ao sindicato é a mesma que para as escolas de ensino fundamental e médio: negociar caso a caso, oferecendo ao estudante uma condição compatível com sua atual situação financeira. “As universidades estão conversando com os estudantes, fazendo reparcelamento, repactuando a mensalidade”. Ela destaca que uma medida importante para conter a evasão foi a aprovação de lei que permitiu a suspensão do pagamento do Fundo e Programa de Financiamento Estudantil (Fies).
Mas as instituições de ensino estão indo além, oferecendo programas próprios para manter os alunos matriculados. A Estácio Curitiba, por exemplo, está oferecendo bolsas integrais e flexibilização de pagamento de mensalidades para cada mês de quarentena. Preenchendo um questionário socioeconômico, em que precisarão explicar o motivo da perda de renda familiar, os alunos poderão ser beneficiados com a isenção integral de uma ou mais mensalidades, com a flexibilidade no pagamento, com prorrogação da data de vencimento, ou parcelamento em até 12 vezes.
“A Estácio não vem medindo esforços para minimizar os impactos da crise. Enquanto a quarentena for necessária, vamos continuar oferecendo o ensino por meio da solução que já disponibilizamos, em tempo recorde, para o aluno que está impossibilitado de ir ao campus. Para reduzir os efeitos futuros, estabelecemos esse compromisso, pensando naqueles que serão mais fortemente afetados”, diz Adriano Pistore, vice-presidente de Operações Presenciais da Estácio.
A Universidade Positivo criou o Programa Proteção-Desemprego Covid-19 para todos os estudantes devidamente matriculados da Graduação e Pós-Graduação, nas modalidades presencial e a distância. O benefício financeiro será concedido uma única vez por aluno, neste contexto atual de pandemia, e corresponde à suspensão temporária do pagamento de 100% (cem por cento) do valor líquido de até 3 (três) mensalidades sequenciais do aluno. “Este é um momento que exige união, cooperação e solidariedade”, justifica a universidade.
A UniBrasil também criou um plano emergencial, com três ações: desconto unilateral de 20% nas mensalidades para os alunos que pagarem em dia; parcelamento de até três mensalidades em atraso sem encargos; e o programa Estude Emergencial, que prevê o pagamento de 50% das três próximas mensalidades, com o pagamento dos 50% restantes após a conclusão do curso.
Já Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) optou por adotar protocolos de atendimento individual. “A Universidade entende que a definição de uma única medida não atenderá à particularidade dos estudantes que estão com dificuldades financeiras e vivem realidades muito distintas. Por este motivo, serão deliberadas medidas individuais àqueles estudantes que comprovarem a necessidade de apoio no pagamento de mensalidades durante este momento de pandemia, com soluções customizadas a partir das possibilidades da Universidade”, explica a universidade, que montou um departamento exclusivo para atender e elaborar soluções para as demandas dos alunos com a renda comprometida.
Da mesma forma vem agindo a Uninter, que informou que segue com a programação normal de aulas, com os professores dando as orientações ao vivo a distância e que, para os alunos com problemas financeiros em razão da pandemia, a instituição disponibilizou um setor específico de seu departamento financeiro para atender individualmente às demandas.
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