Com o objetivo de ser firmar cada vez mais como vanguarda na área de mobilidade elétrica, o Paraná e a capital Curitiba celebram no próximo sábado (19) o Dia da Eletromobilidade, instituídos neste ano nos âmbitos municipal e estadual. A data será comemorada, como parte da Semana Paraná Inovador, com uma “carreata silenciosa”, composta por veículos elétricos diversos, como carros, bicicletas e patinetes. O deslocamento, simbólico, será do Palácio Iguaçu até o Museu Oscar Niemeyer, a partir das 11 horas.
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A carreata e a instituição das datas oficiais simbolizam uma série de ações executadas pelo poder público e pela iniciativa privada que tem colocado o Paraná como modelo. No fim de março, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), anunciou a isenção total do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para veículos elétricos e o encaminhamento de um pedido ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para isentar também o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para aquisição dos modelos.
A renovação da frota do governo, que deve ocorrer em breve, incluirá a aquisição de 130 carros elétricos, segundo Henrique Domakoski, superintendente de Inovação da Casa Civil. “Entendemos que passa pelo estado incentivar a demanda”, explica.
Por meio da Companhia Paranaense de Energia (Copel), o estado investe também na infraestrutura necessária para a circulação de veículos elétricos. O Paraná já dispõe da maior eletrovia do país, com 11 postos de recarga distribuídos ao longo de 730 km da BR-277 entre Paranaguá, no litoral do Paraná, e Foz do Iguaçu, no Oeste. Agora, a Copel lidera a implantação de uma eletrovia ao longo de toda a extensão da BR-101, que liga o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, em parceria com outras concessionárias de energia.
Em Curitiba, a administração municipal também tem voltado as atenções para a tendência. A prefeitura municipal estuda viabilizar a partir de 2020 um sistema de compartilhamento de veículos elétricos, em parceria com a Renault. A meta é ter 550 carros rodando nas ruas da capital até 2025.
“O Paraná está na vanguarda porque tem uma cadeia de atores dedicada à mobilidade sustentável inteligente”, diz Fabrício Lopes, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Do lado do setor produtivo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) desenvolve ações em duas frentes: formação de pessoal e pesquisa e desenvolvimento.
O Centro Tecnológico de Veículos Híbridos e Elétricos, inaugurado em 2018 no Campus da Indústria, em Curitiba, e primeiro do país, oferece formação em áreas desde manutenção de carros elétricos até engenharia de energia. Em Londrina, o Hub de Inteligência Artificial, inaugurado no dia 30 de setembro, serve às indústrias espaço e estrutura para o desenvolvimento de pesquisas com mobilidade elétrica e cidades inteligentes.
“Por trás dos automóveis propriamente ditos, há o trabalho com dados, com inteligência artificial”, diz Gomes. “O desenvolvimento de veículos autônomos e semiautônomos, por exemplo, depende de infraestrutura: uma rede 5G confiável, vias preparadas, estratégias de implantação.”
O Paraná abriga ainda, desde 2013, o Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, referência nacional no desenvolvimento de baterias com maior durabilidade e capacidade e alternativas às fabricadas na China. As pesquisas ajudam o instituto a dominar tecnologias que permitam a indústria brasileira a produzir as fontes de energia, seja para carros, patinetes, bicicletas ou até aeronaves – a Embraer é uma das clientes da instituição.
Além da carreata silenciosa, a Semana Paraná Inovador terá outras atrações voltadas à divulgação da eletromobilidade. Carros da Renault e da curitibana Hitech Electric, além de patinetes e bicicletas elétricas ficarão à disposição do público. No sábado (19), será realizado o RX Desafio Twizy, programa da Renault para estimular a inovação e o empreendedorismo universitário. Os estudantes irão competir entre si para criar as melhores soluções na área de mobilidade elétrica.
O Brasil conta ainda com uma frota ínfima, embora crescente, de veículos movidos a energia elétrica. Conforme dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), até fevereiro 11.323 carros elétricos haviam sido emplacados no país. O volume representa apenas 0,01% do total de veículos leves em circulação no país. Na Noruega, onde 39% das vendas de carros em 2017 foram de modelos elétricos, há políticas de incentivos fiscais. O país europeu pretende eliminar veículos movidos a combustíveis fósseis até 2025.
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