Nesta terça-feira (27), em que se comemora o Dia do Motociclista, estatísticas mostram que os condutores de motos, historicamente mais vulneráveis no trânsito devido à maior exposição proporcionada pelo veículo, estão sendo ainda mais vitimados desde o início da pandemia de Covid-19. No Hospital Universitário Cajuru, referência em traumas em Curitiba e região pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre janeiro e abril deste ano, 72% dos casos de batidas no trânsito que chegaram ao pronto-socorro envolveram motociclistas.
A equipe médica do hospital acredita que essa grande participação está relacionada à maior utilização de aplicativos de delivery durante a pandemia: segundo o site Statista, que reúne dados sobre mercado e consumo, a porcentagem de brasileiros usuários de apps de entrega de comida saltou de 47% em 2017 para 83% em 2020 – este ano, o índice está em 80%.
“Esse tipo de veículo garante mais agilidade de locomoção no trânsito, mas também leva a uma maior exposição do corpo. Então, quando ocorre um acidente, a vítima pode sofrer lesões sérias”, afirma o coordenador médico do Cajuru, José Rodriguez.
Durante o Maio Amarelo, campanha que visa reduzir a violência no trânsito, o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) divulgou que, dos 1.426 acidentes em Curitiba no primeiro quadrimestre deste ano, 745 (52,2%) envolveram motociclistas e deixaram 629 pessoas feridas.
Na comparação com o mesmo período em 2020 (época em que a pandemia estava começando), o número de mortes nesse tipo de acidente saltou de cinco para 13, um crescimento de 160%. Condutores da moto representaram 12 destas 13 mortes; seis tinham idade entre 18 e 29 anos.
Estatísticas do Sistema de Informação de Agravo e Notificações (Sinan), do Ministério da Saúde, mostram que mortes em acidentes com motos representaram 21,2% (3.296 registros) dos 15.511 acidentes de trabalho fatais registrados entre 2011 e 2020 no Brasil. São Paulo foi o estado que registrou maior número de mortes de motociclistas profissionais, com 464 acidentes fatais envolvendo motos, seguido do Paraná (431) e de Santa Catarina (400).
“O pedido para a conscientização da população é geral nesse momento em que o sistema de saúde como um todo ainda sofre com a sobrecarga. São casos de urgência e emergência que chegam pelo pronto-socorro e são atendidos de forma 100% SUS para todos os pacientes. E é graças a esse trabalho e a quem dá apoio para a manutenção desse atendimento que tantas vidas são salvas”, afirma o diretor do Cajuru, Juliano Gasparetto.
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