Desde o fim das concessões rodoviárias do Anel de Integração do Paraná, em novembro do ano passado, a responsabilidade sobre os bens imóveis das concessões (praças de pedágio, postos de atendimento ao usuário e bases das equipes de resgate, entre outras) é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). Um ano e um mês após o fim da gestão privada das rodovias, no entanto, a situação dessas estruturas é de completo abandono, com os imóveis depredados, vandalizados, até com a fiação elétrica, e qualquer outro material de valor comercial roubada. E o superintendente do DNIT no Paraná, Hélio Gomes da Silva Junior, admitiu que a situação de abandono foi uma opção da instituição.
“Se tivéssemos feito guarda e vigilância, teríamos um custo gigantesco. Jogamos a favor da economia da União. É muito mais fácil reconstruir essas praças que, infelizmente, foram vandalizadas, do que fazer a guarda e a vigilância”, afirmou em entrevista à jornalista Carolina Wolf, da RPC. Silva Junior disse, também, que o DNIT foi pego de surpresa com o fim dos contratos do pedágio sem uma nova concessão já licitada e assumiu a administração das rodovias paranaenses sem dispor de orçamento para isso. “Não tínhamos essa previsão financeira, não tínhamos expectativa de ter que administrar essas rodovias, não tínhamos como saber se teríamos ou não que assumir a rodovia, pois, no momento que acabou uma concessão, já era para ter começado outra. Então, fomos pegos de surpresa”, declarou.
A reportagem da RPC mostrou, também, que um levantamento da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) apontou que, neste um ano sem pedágio, a velocidade média nas rodovias do Anel de Integração do Paraná diminuiu 20% por conta de buracos, problemas de manutenção na pista e congestionamentos causados por acidentes ou incidentes que demoram a ser atendidos. Segundo a Fiep, enquanto as concessionárias levavam, em média, sete minutos para chegar ao local de um acidente nas rodovias, o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Rodoviária tem levado, em média, 20 minutos. De acordo com o mesmo levantamento o tempo para desobstrução da pista após uma intercorrência dobrou no período sem pedágio.
“Passamos de uma manutenção preventiva, que evitava os buracos, a degradação da via, e fazia a contenção das encostas, por exemplo, muito mais fáceis de se fazer e mais baratas, para manutenções corretivas, que é desobstruir a estrada, tampar os buracos após as ocorrências”, comentou à RPC o gerente de assuntos estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr.
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