Margeados pelo Rio Paraná e pela Mata Atlântica, os municípios da região de Paranavaí, no Noroeste paranaense, querem aproveitar os recursos naturais abundantes para investir no ecoturismo e crescer. As 28 cidades que compõem a Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná (Amunpar) elegeram este segmento como sendo o prioritário dentro das ações do Programa de Desenvolvimento Produtivo Regional Integrado, liderado pela Secretaria do Planejamento.
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O Paraná Produtivo, como é conhecido o programa, busca o desenvolvimento regional a partir das potencialidades locais e demandas das próprias comunidades. É estruturado a partir de oficinas realizadas para ouvir as lideranças locais e envolve, além de órgãos do governo, entidades privadas. A partir da identificação das potencialidades e das demandas, um plano de desenvolvimento é elaborado e entregue à região, com a definição de ações prioritárias e a governança do projeto.
“Nossa região faz divisa com os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e pelos recursos naturais favorece os esportes náuticos, mountain bike, corridas e pesca, entre outros”, diz Márcio Federa Morais, presidente da comissão provisória do Conselho Gestor Regional do Paraná Produtivo. Segundo ele, a costa noroeste de água doce já tem um turismo característico, que pode crescer com infraestrutura, investimentos e divulgação.
Federa cita o exemplo do município de Porto Rico, que tem 2.800 habitantes, mas vê sua população quadruplicar em épocas de veraneio e nos feriados. “É o nosso pantanal, com uma diversidade de biomas que temos que aproveitar de maneira sustentável”, destaca. Para ele, o turismo gastronômico também tem grande potencial na região. “O nosso prato típico, o ‘Dourado na Telha’, já é conhecido em todo o Paraná”.
Terra Rica, capital do voo livre
A secretária do Planejamento, Louise Garnica, ressalta que o Noroeste do Paraná, especialmente os 28 municípios que compõem a Amunpar, tem muitas praias de água doce, como Porto Rico e Querência do Norte. “A região abriga também a capital do voo livre, Terra Rica, onde está o Morro Três Irmãos, um dos melhores pontos do Sul do país para a prática de voo de asa delta”, comenta.
Questionada sobre a necessidade de dotar a região da infraestrutura adequada para que o turismo possa se desenvolver, a secretária diz que o papel da Secretaria do Planejamento é levantar as demandas da região e levar para as demais secretarias e órgãos competentes para que as ações aconteçam. “As demandas de obras entram num cronograma de priorização do governo”, explica.
Segundo ela, faz parte do Paraná Produtivo também o apoio às comunidades na captação de recursos, fundamentais nos planos de desenvolvimento. “Por isso temos agentes financeiros como a Invest Paraná e o BRDE entre os parceiros do programa”, diz.
Marcelo Percicotti, coordenador de Integração Econômica na Secretaria do Planejamento, observa que embora o Noroeste tenha alguns municípios industrializados e, portanto, mais desenvolvidos, a maioria são pequenos, com condições econômicas que demandam um plano de desenvolvimento produtivo. “O enfoque do programa é o protagonismo da região, com um envolvimento de 37 parceiros, entre entidades públicas e privadas, que, juntas, buscam a efetividade das ações”, pontua.
Oito regiões, oito planos de desenvolvimento
O Paraná Produtivo identificou em todo o estado 202 municípios que não estavam envolvidos nos planos de desenvolvimento já em execução. Eles foram abrigados em oito regiões, com base em critérios geográficos, políticos, institucionais e de infraestrutura logística.
As regiões são: Região 1 (Santo Antônio da Platina), Região 2 (Cornélio Procópio), Região 3 (Paranavaí), Região 4 (Cianorte e Umuarama), Região 5 (Campo Mourão), Região 6 (Guarapuava), Região 7 (Irati e União da Vitória) e Região 8 (Telêmaco Borba, Castro e Ponta Grossa). Elas concentram 30% da população paranaense (3,3 milhões de pessoas) e 25% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
Márcio Federa, liderança local que foi eleito presidente da comissão provisória do Paraná Produtivo na região de Paranavaí, diz que “a grande sacada” foi a forma descentralizada como o programa foi criado. “Na maioria das vezes, os programas de governo não veem as peculiaridades da região. Agora, foi diferente. Não foi imposto. Vieram aqui perguntar o que estamos precisando”, destaca.
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