Ao ser tocado pela espiritualidade e experienciar uma vida de fé, o pastor Eduardo Zdrojewski – que faleceu vítima de Covid-19 no dia 9 de abril, a um mês de completar 83 anos – descobriu em si a missão de levar a palavra de Deus pelos cantos do mundo que pudesse. Esse intuito de disseminação foi uma de suas marcas nos 47 anos em que esteve à frente da Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) de Curitiba como pastor titular e nos dois mandatos como presidente nacional da IEQ, entre 1988 e 1992.
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A partir do trabalho de missões internacionais iniciadas por ele, foram abertas igrejas no Paraguai e na Itália, além do apoio à Guina Francesa e a países da África. A motivação, contava ele, havia surgido aos 19 anos, quando foi batizado em águas de rio em Morretes (PR). Naquela noite, ele sonhou com um trecho da Bíblia que dizia: “Anunciem a sua glória entre as nações, seus feitos maravilhosos entre todos os povos!”. Aquilo serviu para nortear sua trajetória ministerial a partir de então.
O primeiro envolvimento com a igreja veio um pouco antes disso, entre a adolescência e a juventude, quando o pai de Eduardo foi desenganado pelos médicos por causa de um problema no coração. A família simples de Guajuvira, distrito do município de Araucária (PR), apelou para a fé visitando uma tenda em Curitiba onde, diziam por aí, eram realizadas orações e curas. Os familiares creditaram a repentina resolução da doença cardíaca e a saúde do patriarca a essa visita e, por isso, se tornaram fiéis dos cultos da chamada “Tenda de Jesus”.
Formou-se na primeira turma do Instituto Bíblico, em 1965, e foi titular da Quadrangular do Campo Comprido. Depois de passar alguns meses como pastor auxiliar na Primeira IEQ, tornou-se titular em 1974, posição na qual permaneceria até o dia 3 de janeiro deste ano, quando transferiu a titularidade para o filho, Silas Zdrojewski. Assim, Eduardo passou por diferentes gerações de fiéis, sendo como um pai ou um avô para muitos deles. Dono de uma capacidade de comunicação flexível, transitava por grupos de diferentes idades e classes sociais sem mudar o tratamento. “Sou filho único na questão biológica, mas ele tinha muitos filhos na fé, espirituais e ministeriais”, conta Silas.
Silas lembra de acompanhar o pai no que o pensamento de uma criança enxergava como aventuras, mas que ele logo entendeu fazerem parte de projetos de ajuda a populações carentes. A bordo de uma Kombi, a família e voluntários chegavam a comunidades distantes, dormiam no chão e tomavam banho de água fria em chuveiros improvisados em prol de um propósito solidário. Com os anos, as ações voltadas à população carente se estenderam. Sempre em companhia da esposa, a também pastora Lequeria Zdrojewski (falecida em 2017), reunia roupas para doação, arrecadava cestas básicas, auxiliava imigrantes, pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade, promovia capacitações, orientação e educação, entre outras atividades de serviço social feitas através da IEQ.
O tapa amistoso nas costas era sua marca registrada. De personalidade dócil, tinha sempre um abraço ou aperto de mão carinhosos, além de umas boas histórias, para quem viesse falar com ele. “Em um primeiro momento, vendo a firmeza com que falava no púlpito, as pessoas podiam pensar até que ele era durão, mas na conversa já percebiam que ele era uma mãe”, lembra Silas. Apesar da agenda sempre cheia, Eduardo aproveitava o tempo livre para pescar sempre que possível e na juventude foi um zagueiro que gostava de bater tiro de meta.
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