A prefeitura de Curitiba pretende implantar uma série de mudanças na oferta de creches comunitárias para o ano que vem (leia mais aqui). As novas regras atingem as instituições que prestam o serviço, além de funcionários, pais e filhos. A proposta, ainda em discussão, prevê entre outras coisas o fim do pagamento complementar das famílias pelo serviço, define o valor por criança do financiamento público anual, passa os alunos de 4 e 5 anos para os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e não permite aos pais escolher em qual creche os filhos ficarão.
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Em meio a esse debate que pode redefinir os parâmetros da educação infantil em Curitiba a partir de 2020, os pais se mostram apreensivos com as mudanças. Quem se manifesta lamenta não poder manter o filho na mesma unidade, onde já foram construídos laços afetivos e de confiança. Outra reclamação comum é que os CMEIs fecham mais cedo do que as creches comunitárias – além de não haver garantia para qual endereço será encaminhado – dificultando a vida de quem trabalha em horário comercial.
Duas famílias que conversaram com a Gazeta do Povo, em condição de anonimato, já disseram que farão um esforço para pagar uma escola privada. “Hoje a escolinha que minha filha está é conveniada, a gente contribui com quase R$ 500, por período integral. Posso deixar 7h30 e buscar até 18h30, com todo o acompanhamento pedagógico, nutricional, com aula de robótica, todas as opções que em uma particular, para a idade dela, custariam em torno de R$ 2 mil. Agora avisaram justamente que a escolinha vai se tornar particular, porque o edital da prefeitura não cobre os custos. Mas não dá para deixar numa pública, tendo que buscar 17h30 ou 18h”, diz uma mãe.
Outra mãe também lamenta o fim da contribuição voluntária pelos pais. “É uma opção para nós, país de classe média baixa, optar por uma escola que cobra menos que as particulares e oferece um ensino e cuidado similar, já que há um apoio da prefeitura. Comecei a procurar opções para meu filho, já que eu e meu marido trabalhamos e precisamos de uma escola que atenda das 7h30 às 18h30. Não há essa opção na rede pública. E esclareceram que as vagas são prioritariamente para crianças em risco e com renda até 3 salários mínimos”, disse. Segundo a SME, a renda será avaliada conforme a demanda de cada local, com preferência dada aos mais pobres.
Para essa mãe, a prefeitura está prejudicando uma parte da população. “Teremos que cortar outras despesas para pagar uma escola para nosso filho, porque somos trabalhadores, pagamos impostos e mesmo assim não teremos mais esse apoio da prefeitura. Acredito que a prefeitura estaria inovando realmente se mantivesse os convênios para os pais que conseguem dar a contribuição voluntária e ainda oferecesse mais vagas integrais para os que não podem”, observa.
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