Terminou, nesta sexta-feira (10) o período de provas de reclassificação dos estudantes no sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Paraná. Segundo a secretaria de Estado da Educação (Seed), 3% dos 100 mil estudantes do nível fundamental 2 desta modalidade prestaram a prova de forma virtual, por causa da pandemia de Covid-19, e 90% deles foram aprovados, o que indica que mais 2.700 alunos ingressarão no ensino médio do EJA já no início do segundo semestre letivo deste ano.
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A reclassificação é continuidade das mudanças implementadas pela secretaria no final do ano passado, quando extinguiu o currículo por módulos e adotou os períodos semestrais com quatro disciplinas por semestre. O ensino fundamental 2 (do 5º ao 9º anos para a escola regular) e o ensino médio passaram a ter duração de quatro semestres cada no EJA.
“Demos previsibilidade de término do curso para os alunos. Antes, eles cursavam módulos, sem saber quando iriam concluir os estudos. Mudamos a matriz curricular e estabelecemos os quatro blocos semestrais. Agora eles sabem quando vão concluir os estudos. A reclassificação vai ajudar a enquadrar melhor o estudante dentro do seu nível de aprendizagem, mantendo-o motivado para seguir nos estudos”, afirma o diretor do Departamento de Educação da Seed, Roni Miranda.
A medida, da forma e no momento em que foi feita, foi criticada pelo Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), para quem, a reclassificação é uma tentativa do Estado de resolver problemas de “cancelamento de matrículas, desistências e reprovações” causados pela nova matriz curricular que, segundo o sindicato, “tirou do estudante a possibilidade de cursar módulos de acordo com seu ritmo de aprendizado e disponibilidade de dias e horários”.
Para a secretária Educacional da APP, professora Taís Mendes, membro do Conselho Estadual de Educação, a reclassificação pode aumentar ainda mais as diferenças, contribuir para o encolhimento da modalidade e o agravamento de índices de analfabetismo. “Estudantes que concluíram o que seria o 6º ou 7º ano, por exemplo podem, ao acertar 60% das 40 questões de uma prova feita on-line (com o risco de cola ou consulta à internet) concluir o ensino fundamental e saltar direto para o ensino médio, sem ter adquirido os conhecimentos mínimos para isso”, critica.
Ela reconhece que a reclassificação é praxe na educação de jovens e adultos, mas diz que deve ser feita quando o professor e a equipe pedagógica da escola verificam a condição do estudante. “Essa prova tira a autonomia do professor e da escola de avaliar se o estudante tem condições de fazer essa reclassificação e mostra que o governo não está preocupado com a qualidade da educação,” afirma.
O diretor da Seed afirma que as escolas não foram retiradas do processo. Segundo Miranda, só foram selecionados para a prova os estudantes indicados pelas equipes pedagógicas da escola. “Por isso que apenas 3% dos 100 mil alunos fizeram a prova. Ela só foi aplicada aos alunos identificados pelas escolas com potencial de reclassificação”, diz.
Apesar de reconhecer o risco de uma prova online, Roni Miranda diz confiar no filtro feito pelas escolas para a seleção dos alunos promovidos. “Não abrimos a porteira para passar todo mundo. A gente tem esse cuidado. São, normalmente, estudantes que já concluíram o equivalente ao 8º ou 7º ano, que já têm potencial para cursar o ensino médio. Os alunos do EJA têm perfis muito diferentes: alunos que deixaram a escola nos anos finais, outros que já estão há mais de 15 anos sem estudar, outros que sequer têm o documento do histórico escolar e precisam ser classificados no ingresso. Essas pessoas, hoje, são chefes de família, trabalham, são responsáveis por suas casas. Precisamos facilitar o acesso deles à educação e mantê-los motivados, oferecendo a formação que eles realmente necessitam”, conclui.
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