Já em clima de campanha para as eleições municipais de 2020, o prefeito de Curitiba Rafael Greca (DEM) deixou claro que pretende tentar a reeleição e lançou indiretas a possíveis concorrentes em entrevista à Rádio Jovem Pan Curitiba, na manhã desta terça-feira (27).
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Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas realizado em março apontou que Greca aparece tecnicamente empatado com o deputado federal Gustavo Fruet (PDT), o deputado estadual Fernando Francischini (PSL) e o secretário estadual da Justiça, Família e Trabalho Ney Leprevost (PSD) nas intenções de voto de eleitores curitibanos para 2020.
Na entrevista à rádio, Greca disse, sem mencionar nomes, que não é o momento para deputados federais se preocuparem com pré-candidatura. “Acho que todos os deputados federais têm obrigação de ficar em Brasília e ajudar a cidade em Brasília, no mandato que receberam”, disse. “Querer ser prefeito de Curitiba é colocar os bois da sua ambição na frente do carro da história.” Até agora, Fruet é o único deputado federal cotado para disputar as eleições de 2020 para prefeitura da capital paranaense, embora ele mesmo não confirme a intenção.
Outro nome que pode dar dor de cabeça ao prefeito na tentativa de se reeleger é Francischini, principal aliado paranaense do presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante as eleições de 2018 e que ganhou força com o crescimento da ala conservadora do eleitorado. “Eu não sei se o presidente gosta tanto do Francischini assim”, limitou-se a dizer Greca, que declarou ter votado em Bolsonaro no segundo turno.
Relação com Ratinho Junior
Greca foi questionado ainda a respeito de sua relação com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) em uma eventual disputa com Ney Leprevost (PSD), que integra o grupo de Ratinho. “Eu estimo que o governador não queira se confrontar comigo na eleição, porque estimo poder apoiá-lo na sua reeleição”, disse.
O jornalista Marc Sousa perguntou então se a fala representava uma ameaça e se Greca poderia lançar candidatura ao governo do estado em 2022. “O prefeito de Curitiba sempre pode ser candidato a governador do estado, porque 40% da população do Paraná vive na Grande Curitiba”, ressaltou. “Mas eu não tenho vontade; não me vejo administrando presídios e forças policiais. Prefiro ficar cuidando de Curitiba.” Lançando mão de mais uma de suas famosas analogias, disse que “é melhor ficar em Florença construindo a catedral e o museu do que cuidando da masmorra em Roma.”
Vice-prefeito
Ainda sobre as próximas eleições, Greca disse estar muito feliz com o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSDB), que definiu como “um vice impecável”. “Vamos ver se politicamente tudo se desenrola para que ele permaneça meu vice e a chapa não mude.” Apesar disso, reconheceu que até 2020, há possibilidade de o quadro ser alterado.
“No processo político, não é como na engenharia. O Dr. Parigot de Souza, nosso querido governador que fundou a Copel e que era um grande engenheiro, dizia que a política é uma parede construída com tijolinhos cheios de vontades. Você coloca um tijolo em cima do outro, de noite. De manhã, você vai olhar, o muro já mudou de lugar. Os tijolos saem andando, ficam com outras ideias. É muito complicada a política.”
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