O Partido Liberal ganhou um novo status político a partir da filiação do então presidente Jair Bolsonaro, no final de 2021, e se tornou o maior partido do país com os resultados das eleições de 2022. No Paraná, a ascensão do partido neste novo cenário provocou uma disputa velada entre dois políticos locais pelo comando estadual nos bastidores da sigla.
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De um lado, o atual presidente do PL Paraná Fernando Giacobo, antigo aliado do cacique Valdemar da Costa Neto, que comanda o Partido Liberal desde a época do escândalo do Mensalão, no primeiro mandato de Lula na presidência, quando o partido fazia parte da base do governo petista. Do outro lado, o deputado Filipe Barros, um dos principais aliados de Bolsonaro no Paraná, que seguiu o ex-presidente na saída do PSL e na migração para a nova legenda.
Na próxima sexta-feira (15), Bolsonaro desembarca em Curitiba para receber a honraria de Cidadão Honorário do Paraná e para participar de um evento de filiação do PL Paraná, na capital do estado. A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro também estará em Curitiba para o evento do PL Mulher no sábado (16).
Questionados pela Gazeta do Povo, Giacobo e Barros desconversam sobre a disputa pela direção do partido no estado. O atual presidente do PL no Paraná foi mais enfático e negou qualquer possibilidade de troca no comando. Mas fontes ouvidas pela reportagem comentaram que existe uma “tendência natural” na sucessão pelo deputado recém-chegado, que teria o aval de Bolsonaro. Além disso, Filipe Barros aparece como o principal nome nas pesquisas eleitorais entre os pré-candidatos à prefeitura de Londrina, segundo maior colégio eleitoral do estado, depois da capital Curitiba.
Giacobo respondeu que o Paraná está entre os três estados em número de filiação, proporcional, do Partido Liberal, que registrou crescimento em todas as unidades da Federação nas últimas eleições. Por isso, ele considera o assunto como “boato e falatório”.
“Existe sempre disputa, como é normal e corriqueira na política. Agora, aqui no estado do Paraná, não tem nenhuma possibilidade de troca na presidência estadual. Nos mantemos firmes e coesos, aliás, trabalhando como nunca para fazer o maior número de prefeitos”, afirmou Giacobo.
Em todo o Brasil, o PL tem 12 senadores, 99 deputados estaduais, 130 deputados federais, 255 vereadores e 45 prefeitos e vices. “No evento com a presença do Bolsonaro, está programado o ato de filiação de aproximadamente mais 45 prefeitos e vice-prefeitos do estado do Paraná, no exercício do mandato, o que mostra a força estadual nas lideranças dos municípios paranaenses”, adiantou o presidente da sigla.
Barros ressalta trabalho de base para PL Paraná ter candidato ao governo
O deputado federal Filipe Barros preferiu não comentar sobre a disputa nos bastidores do partido mas destacou o trabalho de base do PL com a missão de eleger mil prefeitos no Brasil, além de vereadores, para gerar “capilaridade política” no cenário das eleições de 2026.
“Isso acarretará excelentes condições políticas de disputar o governo do estado e de disputar o Senado, candidatura considerada de fundamental importância na avaliação do presidente Bolsonaro”, avalia.
De acordo com ele, a força partidária ficará em evidência nos próximos dias com a presença de Bolsonaro, Michelle e do ex-ministro Braga Neto em Curitiba. “Nós vamos sair das eleições municipais preparados para 2026. Além do PL ser o maior partido nacional, nós também teremos o maior crescimento no estado, fazendo que qualquer negociação política para 2026 passe necessariamente pelo PL no Paraná”, projeta.
Questionado sobre a pré-candidatura a prefeito de Londrina, Barros respondeu que o PL Paraná terá nomes na disputa das principais cidades do estado nas eleições municipais de 2024. “Em Londrina, pode ser eu ou outro nome do PL, que tem um excelente quadro. Vamos tomar essa decisão junto com o presidente Bolsonaro e com o presidente Valdemar. Uma coisa já sabemos: o PL terá candidatura. Isso é um fato e não podemos fugir dessa responsabilidade”.
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