O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Ademar Traiano (PSD), voltou a ficar em silêncio nesta terça-feira (6) sobre o sigilo imposto a provas do acordo de não persecução penal firmado entre ele e o Ministério Público do Paraná (MPPR). Durante a sessão do legislativo, Traiano foi alvo de mais um pedido de renúncia da presidência da casa.
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A manifestação foi feita novamente pelo deputado Fábio Oliveira (Podemos), o primeiro a discursar no plenário da Alep na sessão desta terça-feira. O parlamentar lembrou da decisão da Justiça que restabeleceu o sigilo sobre as provas, atendendo a um pedido da defesa de Traiano, e questionou o presidente da assembleia sobre o conteúdo cuja divulgação voltou a ser proibido.
“Eu gostaria de deixar uma pergunta. O que tanto tem nessas provas que os senhores fazem de tudo para impedir que nós paranaenses tenhamos conhecimento e acesso a elas? O que tanto tem a se esconder?”, questionou.
"Por que tanto medo da imprensa?", questionou deputado
Oliveira seguiu, afirmando que a Alep estava iniciando o ano legislativo de 2024 carregando um “problema grave” do ano anterior. Citando uma enquete realizada pela Gazeta do Povo sobre a permanência de Traiano na presidência da assembleia, o deputado disse que vem recebendo mensagens de descontentamento com a manutenção do atual presidente do Legislativo estadual no cargo.
“Houve uma imensa rejeição. E o que leva a essa rejeição? Quando os fatos vieram à tona, rapidamente o presidente Traiano conseguiu uma liminar censurando os veículos de comunicação. Por que recorrer à censura e ao sigilo? Por que tanto medo da imprensa e da população paranaense? Já sabemos que houve confissão de corrupção, e só isso já é suficiente para não deixarmos essa casa de lei perder a sua credibilidade”, completou.
Por fim, o parlamentar do Podemos voltou a pedir a renúncia de Traiano do cargo de presidente da Alep. “Por uma questão ética e moral eu subo novamente a esta tribuna iniciando o novo ano legislativo da mesma forma que encerramos 2023. Senhor presidente, eu peço que renuncie à presidência da Assembleia Legislativa do Paraná”, finalizou.
A defesa de Traiano enviou nota à RPC afirmando que o sigilo dos acordos de não persecução e de sua homologação foram levantados pela Justiça e estão disponíveis para consulta pública. A nota também aponta que o deputado não responde a nenhuma acusação em processo vinculado aos acordos.
Questionado sobre Ademar Traiano, Ratinho Jr. diz que não é “analista” de outros poderes
Além da sessão ordinária prevista para esta terça-feira, a Alep também realizou a sessão de quarta-feira (7), antecipada segundo Traiano para possibilitar aos deputados que possam visitar o Show Rural em Cascavel, no Oeste do Paraná. Os deputados voltam à Assembleia Legislativa do Paraná somente no próximo dia 19 de janeiro.
Mais cedo, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), foi questionado durante visita ao Show Rural sobre a permanência de Traiano na presidência da Alep. O governador respondeu que não é “analista” das decisões de outros poderes em relação ao envolvimento de Traiano no caso de corrupção. Ele também não se manifestou sobre o posicionamento do PSD, sigla presidida no Paraná pelo próprio governador - e a mesma de Traiano.
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