Em pouco mais de um ano de pandemia de coronavírus no Paraná - a oficialização dos primeiros casos de Covid-19 ocorreu em 12 de março de 2020 -, o estado se aproxima das 15 mil mortes causadas pela doença. Desde o dia 25 de março do ano passado, quando uma mulher de 54 anos, moradora de Maringá, faleceu por complicações da virose - o caso só foi confirmado dois dias depois pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) - o número de vítimas não para de aumentar. A lista, segundo o boletim da última sexta-feira (19) apresenta 14.546 nomes. São 8.473 homens e 6.073 mulheres, mães, pais, trabalhadores, empresários, artistas, de todas as idades, profissões e, principalmente, histórias de vida.
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Em meio às notícias tristes, no entanto, surgiram alguns sopros de esperança: no dia 27 de abril, após 40 dias internado, o médico Jamal Bark recebeu alta da UTI do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba. Ele, que trabalhava na linha de frente da Covid-19, no sistema público de saúde, foi um dos primeiros profissionais da área a se infectar com a doença.
A vitória sobre a Covid-19, no entanto, não veio para muitos profissionais que contraíram o vírus em ação. A última atualização da Sesa, de 4 de março, aponta que 241 profissionais da saúde perderam a batalha para o vírus, entre enfermeiros, farmacêuticos, agentes comunitários de saúde e outras profissões ligadas à área. Gente como Caio Martins Guedes, o primeiro médico vítima da doença e Lucas Augusto Pires, entre tantos outros.
Outro exemplo de superação é do ex-governador Paulo Pimentel, de 92 anos, que recebeu alta hospitalar depois de dois meses internado pela Covid-19. A história, no entanto, atingiu os paranaenses como um exemplo do sofrimento de tantas famílias que tiveram mais de um ente querido infectado pela doença ao mesmo tempo: dona Yvone Pimentel, a ex-primeira dama, faleceu aos 88 anos, no mesmo hospital em que o marido estava internado.
A classe política da cidade também se comoveu com o internamento do vereador Jairo Marcelino, de 77 anos, que estava em seu nono mandato na Câmara Municipal de Curitiba e concorria à reeleição, quando foi internado com a doença. Ele faleceu no dia 20 de setembro, depois de quase um mês no hospital. Nos primeiros dias de 2021, Curitiba também perdeu o ex-vice-prefeito Algaci Túlio, aos 80 anos. Ele ficou mais de 15 dias internado, até não resistir, em 13 de janeiro.
Campo Largo, por sua vez, perdeu o prefeito reeleito, Marcelo Puppi, aos 61 anos. Diagnosticado em novembro, Puppi havia tomado posse no hospital em que estava internado, em 1º de janeiro. A doença, no entanto, se complicou. Marcelo Puppi faleceu no dia 7 de janeiro.
A educação também perdeu professores e funcionários. Curitiba se comoveu, por exemplo, com a morte do professor Ari Herculano de Souza, que lecionou a disciplina de história para diferentes gerações de curitibanos por mais de 40 anos. Aos 74 anos, ele não resistiu às complicações da doença e faleceu, depois de 20 dias internado, na Santa Casa de Curitiba.
O mundo do esporte se despediu de Cleber Arado. A Covid-19 levou o ex-jogador do Coritiba aos 48 anos, no dia 2 de janeiro. Ele ficou um mês internado no Hospital de Reabilitação, em Curitiba. Perdeu a luta contra o vírus no dia 2 de janeiro.
O empresariado paranaense também sofreu duras perdas. Ainda nos meses iniciais da pandemia, no dia 8 de abril de 2020 anunciou-se a morte de Bruno Borer, então diretor-presidente da Incepa. Ele era natural de Campo Largo e faleceu aos 53 anos. Ricardo Luz, master franqueado da empresa de viagens CVC em Curitiba foi outra vítima da doença. Morreu em 3 de fevereiro deste ano, aos 59 anos de idade. Na véspera do Natal de 2020, a Covid-19 levou, aos 69 anos, Plínio Destro, empresário paranaense do ramo atacadista e segundo suplente do senador Oriovisto Guimarães. Ele também foi vice-prefeito de Cascavel, entre 1992 e 1996.
Implacável, a nova doença tampouco deixou passar em branco a classe dos artistas, que perdeu representantes como Eduardo Calegari, de 38 anos, guitarrista da banda curitibana Motorocker. Ele faleceu no último dia 12 de fevereiro.
Apesar do número de mortes, mais de 560 mil pessoas se recuperaram da Covid-19
Entre picos e quedas da doença nesse primeiro ano de pandemia, o coronavírus deixou mais de 784 mil infectados pela doença no estado, entre eles, mais de 560 mil recuperados. Atualmente, segundo a Sesa, há 5.384 pessoas internadas em decorrência da Covid-19 no estado, em leitos públicos e particulares, sendo 1.588 em UTIs SUS - cuja taxa de ocupação vem oscilando perto de 100%.
Mesmo após um ano de aprendizados sobre a doença, o Paraná enfrenta uma nova explosão de casos, em decorrência da circulação de uma variante do vírus, a P1, originada no Amazonas. Para tentar conter o avanço da Covid-19, estão em vigor decretos estaduais e municipais que restringem as atividades não essenciais em vários pontos do estado. Os mais recentes foram publicados nesta sexta-feira (19) pela prefeitura de Curitiba e pelo governo estadual.
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