O alinhamento à política norte-americana no caso de dois navios iranianos no Porto de Paranaguá preocupa o agronegócio paranaense. É que as embarcações, carregadas de milho, não conseguem seguir viagem de volta, já que a Petrobras se recusa a abastecê-los – a estatal brasileira segue recomendação de embargo comercial dos Estados Unidos ao país do Oriente Médio. Essa recusa, porém, pode colocar em maus lençóis os exportadores do Brasil, caso Irã estabeleça sanções ao país em virtude do impasse.
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Em nota, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) afirmou que se apõe ao embargo. “A recusa da Petrobras em fornecer combustível para os navios iranianos traz péssimas consequências para o setor agrícola do Brasil. Além de ser o maior importador de milho brasileiro, o Irã é um dos principais compradores de produtos importantes para o país e para o estado do Paraná, como soja e carne bovina. A paralisação dos navios também compromete a qualidade da carga de milho, que pode ser devolvido e trazer prejuízos para exportadores brasileiros”, diz a Faep.
O Irã foi apenas o 23º parceiro comercial do Brasil em 2018, mas a balança comercial é extremamente favorável aos brasileiros. Por exemplo, de janeiro a junho deste ano, exportamos US$ 1,2 bilhões de dólares para lá e importamos apenas US$ 26 milhões. O Irã importa sobretudo milho e soja triturada. Farelo de soja também representa uma fatia considerável da demanda externa do país.
O Paraná é um dos principais estados exportadores do Brasil e produz os produtos comprados pelos iranianos. No ano passado, o estado exportou US$ 212 milhões para lá (uma fatia pequena, mas não irrelevante dos US$ 20 bilhões que o estado exportou). Neste ano, até junho, já ultrapassamos a barreira dos US$ 237 milhões.
Por enquanto, a situação segue sem resolução. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), no entanto, já sinalizou que deverá manter embargo contra iranianos.
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