O empresário Danir Garbossa, 58 anos, que se recusou a usar a máscara de proteção contra o coronavírus em um supermercado de Araucária, região metropolitana de Curitiba, vai responder por homicídio, lesão corporal e infração de medida sanitária. Quinta-feira (15), o Ministério Público do Paraná (MP) entregou à Justiça denúncia contra o empresário que segue preso.
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O fato de Garbossa não querer usar a máscara, que é obrigatória por decreto estadual, causou confusão no supermercado no dia 28 de abril. Ele primeiro agrediu um funcionário com um soco e depois entrou em luta corporal com o segurança do supermercado, que atirou duas vezes contra o empresário. Um tiro acertou Garbossa de raspão, mas o outro acabou acertando a funcionária Sandra Maria Aparecido Ribeiro, 45 anos, que morreu.
Sandra criava sozinha dois filhos adolescentes e, filha única, cuidava também dos pais. Aos amigos, Sandra dizia que tinha medo de ocorrer confusões no supermercado justamente por causa da obrigação do uso de máscara durante a pandemia.
O MP seguiu o inquérito da Polícia Civil e não denunciou o segurança envolvido na confusão. Na visão do Ministério Público, o autor dos disparos agiu em legítima defesa, já que o empresário não apenas o agrediu com socos como tentou sacar a arma dele.
Reportagem da Tribuna mostra que assim como Sandra, outros profissionais que atuam em supermercados seguem com medo de que mais brigas causadas pelo uso obrigatório de máscaras ocorram envolvendo clientes. Antes do caso de Araucária, outro cliente causou confusão em um supermercado no bairro Rebouças, em Curitiba. Ao discutir com o segurança que o impediu de entrar no estabelecimento, o homem quebrou um vidro da fachada do mercado.
“Ninguém está habituado ao uso obrigatório de máscaras. E, com o isolamento social, as pessoas estão sem paciência, com o nível de estresse muito alto”, afirma Vanderlei Trindade, presidente do Sindicato dos Empregados no Comécio Varejista de Gêneros Alimentícios, Mercados, Minimercados, Super e Hipermercados de Curitiba e Litoral (Siemerc).
Além dos estabelecimentos comerciais, a obrigatoriedade também causou nesta semana bate-boca em uma linha de ônibus da capital, quando um vendedor ambulante xingou dois passageiros ao ser informado de que deveria usar a proteção.
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