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Agronegócio em alta mostra retomada da economia paranaense
Safra cheia, dólar alto e demanda firme da China impulsionaram embarques do Paraná| Foto: Hugo Harada / Arquivo Gazeta do Povo

A retomada da economia e o bom momento do agronegócio ajudaram a puxar para cima, no terceiro trimestre, as receitas das empresas de capital aberto sediadas no Paraná. No período de julho a setembro o valor atingiu R$ 9,3 bilhões, 2,1% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo números encaminhados pelas companhias à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Um dos carros-chefe dessa expansão é o agronegócio. Uma série de fatores acabou beneficiando o setor: a ótima safra, que chegou a 41,1 milhões de toneladas, 11,3% a mais do que a anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); a desvalorização do real frente ao dólar, que favoreceu as exportações; a recuperação da economia chinesa depois da pandemia e o uso crescente de tecnologia pelo setor.

“O agronegócio tem tudo para continuar sendo um setor de destaque”, diz Renan Hamilko, sócio da Allez Invest. A Conab projeta que o estado terá, em 2020/21, a segunda safra seguida com a colheita de mais de 40 milhões de toneladas

O desempenho das empresas

Os Terminais Portuários da Ponta do Félix, de Antonina, registraram um crescimento de 37,7% na receita dos primeiros nove meses do ano, atingindo R$ 68,2 milhões. A empresa atribui o resultado ao aumento de operações com os atuais clientes e à conquista de novos.

A empresa pretende reforçar a atuação no agronegócio. Para isso, realizou investimentos de R$ 16,7 milhões, que contemplam a ampliação de silos para a recepção de grãos e a construção de um armazém para fertilizantes.

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) registrou um crescimento de 10,6% nas operações, impactado principalmente pelo agronegócio (carnes e congelados). No terceiro trimestre, a empresa registrou recorde na movimentação de cargas refrigeradas.

A operadora logística Rumo registrou recorde no volume transportado no terceiro trimestre, atingindo 17,5 bilhões de TKUs, 1% a mais do que no mesmo período de 2019, puxada pela performance da Operação Norte e pelo transporte de contêineres.

O transporte de produtos agrícolas aumentou 1,1%, puxado pelo transporte de açúcar, com um crescimento de 87,8% no período. Isto compensou a performance do milho (-17%). “Os produtores estão segurando a produção à espera de preços melhores”, afirma Hamilko.

Outra empresa impactada positivamente pelo bom desempenho do campo foi a Rodonorte. A concessionária de rodovias registrou um aumento de 6,7%, no comparativo entre o terceiro trimestre de 2019 e 2020, no tráfego de veículos pesados.

A alta do dólar também contribuiu para puxar para cima os números da BBM Logística, de São José dos Pinhais. Nos nove primeiros meses do ano, a receita atingiu R$ 695,4 milhões, 59,2% a mais no que no mesmo período de 2019. O desempenho vem sendo incrementado por operações internacionais e com carga fracionada, que estão crescendo com a retomada da demanda.

A empresa destaca que o terceiro trimestre também fechou com a obtenção de novos contratos e a conclusão da aquisição da Translag, que atua principalmente com cargas fracionadas no Centro-Oeste do país.

Copel em alta

A receita operacional líquida da Copel aumentou 3,6% no terceiro trimestre, comparativamente a igual época do ano passado, atingindo R$ 4,33 bilhões. No ano, a empresa de energia acumula um crescimento de 12,4% na receita e de 81,3% no lucro líquido.

Um dos fatores que explicam esses resultados, segundo a empresa informou ao mercado, é o maior volume de energia elétrica comercializada no mercado livre. “Isto compensou o mercado cativo mais fraco”, explica Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

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