Troca de experiência, conhecimento e possibilidade de acordos. A negociação com empreendimentos de outros países pode ser um desafio, mas uma oportunidade de ouro para empresas que buscam expandir negócios e aprimorar ideias. Empresas paranaenses têm estreitado laços comerciais com outros países, por meio de encontros promovidos pela Federação do Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio-PR), por meio da Divisão de Relações Internacionais.
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Nos 75 anos de atuação da Fecomércio-PR, o grupo de relações internacionais acumula experiência nos últimos 17 anos auxiliando empreendimentos dos mais variados segmentos a expandirem a atuação para fora do Brasil e conseguirem parcerias de produtos internacionais.
Com 37 anos de trabalho e referência em gerenciamento eletrônico de documentos, software de gestão de recursos humanos e terceirização de serviços, a Digidata é uma das empresas que tem alavancado os negócios e importado conhecimento de outros países.
A empresa, desde sua fundação, faz parte da Fecomércio-PR. O dono do empreendimento paranaense, Luiz Sérgio Wosniak, conta que, desde 2003, a federação buscou formas para que empresas pudessem conversar com outros países, propiciando viagens, rodas de conversas e eventos.
“Na minha área [de tecnologia], tivemos oportunidade de conversar com vários países”, afirma Wosniak. Recentemente, ele foi a Taiwan para buscar possíveis negócios, junto com uma dezena de empresários. “Fomos ver sobre tecnologia de iluminação pública. Alguns empresários começaram a ter contato com pessoas de lá”, relata.
E a não para por aí. O empresário destaca a diversidade dos negócios e conversas com outros países. A empresa de Wosniak tem relação com países como França, Polônia, Espanha, Argentina e Coreia do Sul. Muitos laços comerciais foram propiciados por encontros da Divisão de Relações Internacionais. "Quando se aproximamos dessas comunidades de cada segmento, mesmo que não consiga qualquer negócio, se ganha conhecimento. Quando se faz uma viagem, vemos automações de outros países, podendo ser replicado no Brasil".
Como atua no ramo da tecnologia, Wosniak trouxe um software da Espanha para a Digidata. Além disso, tem buscado soluções tecnológicas com a Coreia do Sul e estreitado o diálogo na área de segurança tecnológica com Israel. “Sou uma pessoa que não fecha nenhuma porta”, frisa o proprietário da empresa. “A Fecomercio sempre colaborou para unir esses grupos internacionais. O approach foi via Fecomércio. Nos eventos têm muitos contatos”, acrescenta.
Divisão de Relações Internacionais promove rodada de negócios há quase duas décadas
A Divisão de Relações Internacionais está há 17 anos atuando no fortalecimento e articulação com parcerias estratégicas de fora do Brasil. A Fecomércio tem relação com 44 consulados. “Nós procuramos fazer encontros e reuniões com os consulados e eles interagem com as empresas. Por meio da Fecomércio, promovemos rodada de negócios que trazem perspectiva das relações bilaterais. Através dos consulados, promovemos rodadas de negócio e propiciamos relação”, explica Rui Lemes, diretor de Relações Internacionais da Fecomércio-PR.
Os encontros são dos mais diversos segmentos para estudar possibilidade de negócios, por meio do comércio exterior. Na rodada de negócios, os representantes dos países explicam a situação econômica, o funcionamento do mercado, os incentivos à exportação, as oportunidades de negócios e os produtos ou serviços que interessam em comercializar com o Paraná e com o Brasil.
Os representantes também explicam formas de ingressar nos mercados desses países e os fornecedores de produtos a serem importados. “Os consulados são bastante atuantes. Procuramos sempre interagir. Normalmente, é um início. Por meio desses encontros é que aumenta a relação com os países”, destaca Lemes.
Um dos encontros recentes foi com o Paraguai. A reunião contou com integrantes do G7, grupo que reúne os principais representantes dos setores produtivos do estado. Temas ligados à infraestrutura e à economia surgiram para o debate e, no encontro, foram enfatizadas as oportunidades de desenvolver a região da fronteira compartilhada, a industrialização e o cooperativismo.
Setor de alimentos é um dos mais impactados pelas ações da Fecomércio-PR
O setor de alimentos é um dos mais beneficiados pelas rodadas de negócios da Divisão de Relações Internacionais da Fecomércio-PR. O presidente da Certano Alimentos, Luiz Antonio Dias, afirma que obteve vários acordos comerciais por meio dessa estratégia. A Certano atua desde 1992 na distribuição e comércio de alimentos.
“A gente consegue, através dessas rodadas de negócios e missões, um conhecimento mais profundo com empresários de outros países. Alimentos de muita qualidade da cultura dos países. Isso ajuda a poder fortalecer e interagir, com uma comunicação mais próxima, na venda e comercialização dos produtos que a gente traz para o estado”, comenta Dias.
Com particularidades e produtos alimentícios de qualidade, os mais diversos países da América do Sul têm grande potencial de comércio com o Brasil. É o caso da forte produção de vinhos e azeite argentinos, de onde foram efetivados negócios com a Certano Alimentos. “Devido às rodadas, tivemos oportunidades, principalmente, com a Argentina. Tivemos negócios efetivados e estamos fortalecendo essa parceria. [Eles têm] azeite e azeitona, produtos de muita qualidade, o que faz com que a gente faça bons negócios e uma comercialização ativa”, conta o presidente da empresa.
A Certano também faz negócios com Chile e Paraguai. Segundo Luiz Antonio Dias, as negociações são vantajosas. “Além da apresentação do produto característico de cada país, acabamos aproximando o relacionamento e trocando informações econômicas e políticas, entendendo melhor a cultura do outro país, a forma de atuarem e os acontecimentos”, complementa.
Além de estar a frente da Certano Alimentos, Dias atua como presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidores do Estado do Paraná (Sinca-PR). Ele conta que busca mostrar aos associados as oportunidades que surgem nessas rodadas de conversas com os outros países, como aquisição de conhecimento e abertura de negócios.
“Temos uma característica bem ativa e comprometida com essa visão de proporcionar aos nossos associados a importância de oportunidades que surgem nessas rodadas de negócios”, ressalta. “Temos uma participação ativa na divulgação e levando o associado. [Buscamos] uma cultura que entenda a importância disso para os negócios”.
Confiança e relação forte com os consulados fazem a Fecomércio-PR ser referência no país
Desde 2006, a Divisão de Relações Internacionais atua no fortalecimento comercial com outros países, buscando parcerias para empresas paranaenses. Com frequência, há presença dos mais de 40 consulados que a Fecomércio-PR traz para o estado, como forma de proporcionar uma comunicação mais próxima.
Para o presidente da Certano Alimentos, a aproximação com outros países se tornou mais rápida por meio da Fecomércio-PR. “Essa sinergia, além de mais rápida, é objetiva e calorosa. E dentro de uma situação de confiança. A seriedade da Fecomércio transmite uma segurança maior nesse processo”, avalia.
O grupo de Divisão de Relações Internacionais acompanha a evolução econômica dos países, sugerindo às empresas paranaenses as possibilidades de importação e exportação. “A referência é porque temos uma relação forte com os consulados. Muitos tentam fazer o que o Paraná faz”, destaca Rui Lemes.
“A visão da diretoria e do próprio presidente é de uma cultura empresarial, que envolve a federação. Isso faz com que isso se torne um diferencial para o Paraná”, acrescenta o presidente da Certano Alimentos.
Governo paranaense tem investido em missões internacionais
O Governo do Paraná organizou seis missões internacionais recentes, por meio da Invest Paraná, agência de captação de negócios do estado, vinculada à Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (Seic).
Com participação de empresários e representantes do Executivo estadual, são realizadas rodadas de encontros para prospecção de negócios. Uma delas aconteceu em junho, na Itália. A missão para Milão teve como objetivo a negociação de importação de produtos como vinhos, massas, molhos e azeite.
“É um impacto de dois caminhos. Impacto quando estamos lá fora, que a gente mostra o estado e as empresas fazem alguma avaliação, mostramos o Paraná como um todo e tentamos colocar a empresa de acordo com a vocação do município. Assim como levamos empresas e produtos paranaenses para fora do país”, explica Eduardo Bekin, presidente da Invest Paraná. A próxima missão será na China. “Queremos levar o máximo de empresas paranaenses a conhecerem o mercado lá de fora e trazer empresas lá de fora para o Paraná”, acrescenta ele.
Com atuação da Fecomércio-PR nas rodadas de conversa e viagens internacionais e as atividades do governo, as empresas do Paraná crescem em oportunidade de expandir seus negócios para o exterior. “Atuamos junto com a Fecomércio-PR para somar força. [Nós conseguimos] agregar muito juntos”, ressalta o presidente da Invest Paraná.
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