A enquete realizada pela Gazeta do Povo para avaliar o primeiro ano de gestão de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) mostra que, entre os internautas, os opositores e descontentes com o governador aproveitaram a ocasião para falar mais alto e se manifestar de forma mais intensa.
O chefe do Executivo obteve nota 2,35 (veja a pontuação completa) na pesquisa informal – que apenas contabilizou o voto online dos eleitores, a partir de registro de nome e e-mail, sem validade científica. Foram registrados quase 12 mil votos. Na enquete nacional da Gazeta do Povo sobre o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, realizada nos mesmos moldes, mas iniciada dias antes, o presidente obteve nota média de 7,4, entre 107 mil votantes.
A nota baixa de Ratinho Junior contrasta de forma acentuada com pesquisas recentes de popularidade elaboradas por institutos que seguem rigor estatístico e determinações de lei eleitoral. Em agosto, o Paraná Pesquisas indicou que o governador mantinha índice de aprovação de 70,4% entre os paranaenses (o levantamento foi feito com 2.114 pessoas de diferentes perfis). Meses antes, em abril, o mesmo instituto atestou que o governador era aprovado por 78,4% dos paranaenses.
No primeiro ano de mandato, o setor que trouxe mais dificuldades para o governador foi o do funcionalismo público. Negociações salariais e previdenciárias geraram os momentos de maior tensão em um ano relativamente tranquilo de estreia do político no Palácio Iguaçu.
Em agosto, o governo conseguiu aprovar um reajuste escalonado do salário dos funcionários do Executivo, que são a maioria no serviço público do estado: professores, policiais, agentes de saúde. A negociação, que durou dois meses, foi acompanhada de muito protesto de servidores e sindicatos que representam as categorias afetadas e que queriam reposições que acompanhassem ou superassem a inflação acumulada nos últimos anos.
Em setembro, um novo conflito. O governador enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) extinguindo a licença-prêmio destes mesmos servidores. O polêmico benefício premiava a assiduidade dos funcionários: a cada cinco anos ininterruptos de trabalho, três meses de folgas remuneradas. A situação criava um passivo para o estado, já que era comum o servidor acumular as licenças e receber o pagamento após a aposentadoria – uma manobra para acumular os salários mensais de trabalho e os salários referentes à licença.
A extinção do benefício foi aprovada no mês seguinte, com a criação de uma licença-capacitação para trabalhadores que já estavam no serviço público.
Em novembro, a tensão entre governo e servidores chegou ao ápice com uma mudança no regime de Previdência de servidores do estado. A proposta de emenda constitucional estabelecia idades mínimas de aposentadoria e aumentava a alíquota de contribuição de servidores ativos e inativos (que eram isentos desse recolhimento). A PEC foi aprovada pelos deputados em uma votação conturbada que precisou ser feita fora da Alep – ocorreu na Ópera de Arame.
Tais medidas podem ter tido impacto no resultado do quesito “Educação”, o pior avaliado entre os votantes da enquete, com nota 1,9.
Outras notas
Na outra ponta, “Meio Ambiente” rendeu ao governador a nota 3,2, a melhor no conjunto de dez itens a serem avaliados. Nesta área, Ratinho apostou em um viés de desenvolvimento sustentável, não apenas preservação ambiental. Foram medidas do governador mudanças em diretrizes de licenciamentos, reestruturação de órgãos como o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a permissão de usar fundos ecológicos para obras (antes, esse dinheiro era usado exclusivamente na recuperação dos biomas).
No contexto geral, Ratinho Junior manteve notas muito próximas em todos os demais quesitos: "Modo de Governar", "Relação com Brasília", "Segurança", "Saúde", "Inovação", "Obras e Infraestrutura", "Atenção ao Cidadão" e "Economia e Emprego"
O levantamento foi feito entre os dias 17 de dezembro e 5 de janeiro.
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