Cerca de 80 entidades entre órgãos públicos, instituições de ensino, ONGs e empresas privadas se reuniram nesta sexta-feira (12) para o pontapé inicial de uma iniciativa que busca incentivar o desenvolvimento econômico do litoral do Paraná nos próximos anos.
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Encabeçado pelo Sebrae/PR, o chamado Sistema Regional de Inovação (SRI) já funciona em cidades do Oeste e Sudoeste do Paraná, e agora mira os municípios litorâneos. O levantamento realizado pela entidade na região elencou três áreas com potencial imediato de crescimento, e que serão o foco inicial do programa: a aquicultura, o turismo entre temporadas e o empreendedorismo.
“Na aquicultura, temos pessoal na academia e área disponível para criar novas fazendas de ostras, mariscos e aumentar a pesca”, afirma o gerente do Sebrae Joailson Agostinho. “A Mata Atlântica também tem um potencial subaproveitado de turismo ecológico fora do verão, sendo que formamos anualmente profissionais de turismo na região”.
Para fomentar o crescimento dessas e outras iniciativas, o SRI Litoral vai funcionar em duas frentes. O primeiro foco é aproximar as empresas das universidades da região, para reter a mão de obra que se qualifica no local. “O Litoral tem faculdades particulares, três grandes instituições públicas de ensino, mas não tem oportunidades para absorver essa mão de obra. É comum vermos o jovem formado subindo a serra para ser garçom”, afirma Agostinho.
Além de faculdades particulares, as sete cidades que compõem o Litoral contam com a presença da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Instituto Tecnológico Federal do Paraná (ITFP) e da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). O escritório do Sebrae em Paranaguá deve funcionar como centralizador das informações sobre profissionais, vagas e qualificações disponíveis, assim como ponto de encontro de empresários que buscam trocar experiências.
O segundo braço de atuação do programa é atrair a atenção do poder público para as novas empresas. “O papel dos municípios e do estado é editar políticas públicas favoráveis ao início e durabilidade das empresas, com benefícios para quem quer empreender, desonerações de impostos e criação de fundos para a inovação”, afirma a consultora do Sebrae Ana Lúcia de Souza. “Se o município não estiver bem organizado no seu ambiente local, não adianta a União e os estados legislarem sobre as empresas, porque, na prática, as coisas não acontecem. ”
Representantes do poder Executivo e Legislativo de cinco das sete cidades litorâneas participaram do lançamento do programa: Paranaguá, Morretes, Guaratuba, Pontal do Paraná e Matinhos. Para a especialista, desenvolver um ambiente favorável à criação e manutenção de novas empresas é o que falta para manter a mão de obra no local, além de atrair novos atores para a área.
Na Região Oeste, o Sistema já intermediou a criação de leis de inovação nos municípios de Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu e Palotina, facilitando o acesso ao crédito por empresas inovadoras. Em 2018, a captação de recursos financeiros para inovação por meio de editais de fomento e linhas de financiamento nessa região foi de mais de R$65 milhões.
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