Delegado Francischini, pré-candidato à prefeitura de Curitiba pelo PSL.| Foto: Divulgação/PSL
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Deputado estadual mais votado na eleição de 2018 na esteira do bolsonarismo, Fernando Francischini (PSL) - ou Delegado Francischini - afirma que ser prefeito de Curitiba é “sonho de muitos anos” e que se prepara para as eleições de novembro sem abandonar as bandeiras que o sustentaram no último pleito. “O que pode se esperar de alguém com o meu perfil é alguém em defesa da família, e, por outro lado, que busque uma grande parceria com a iniciativa privada, diminuindo o tamanho do Estado, da participação do poder público”, explicou ele, durante entrevista à Gazeta do Povo no último dia 14. Confira os principais trechos logo abaixo:

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O senhor coordenou a campanha do Bolsonaro no Paraná em 2018 e também obteve uma votação expressiva para a Assembleia Legislativa na esteira do bolsonarismo. Mas depois houve aquele rompimento entre o PSL e o presidente da República. Que peso o senhor vai dar na sua campanha, agora em Curitiba, para o Bolsonaro e para as bandeiras bolsonaristas?

Primeiro, Bolsonaro não está mais rompido com o PSL. Inclusive ontem [13 de agosto] na capa da Gazeta do Povo estava o presidente Bolsonaro dizendo que ele começou conversas de retorno ao PSL, e mais uma ou duas opções que ele tem. Felipe Francischini, meu filho, que é o líder hoje da bancada do PSL na Câmara dos Deputados, é muito ligado, como eu, ao presidente do partido, Luciano Bivar. Nós temos feito uma reaproximação daqueles que realmente continuam defendendo os mesmos princípios e valores, que são o conservadorismo nos costumes e o liberalismo na questão da economia. Então, quem é o candidato sou eu, em novembro agora, mas os princípios e valores que nós defendemos na última campanha são os mesmos.

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O senhor se colocou mais fortemente na última eleição como um político de direita, conservador. O que isso significa na prática, pensando em propostas para adotar em uma gestão na prefeitura de Curitiba?

Quando a gente fala conservador, significa conservador na questão da defesa da família, de projetos que mantenham a família protegida em todos os aspectos, da mesma forma como a gente assiste ao próprio governador Ratinho Junior e ao presidente Bolsonaro. Por outro lado, alguém que é liberal na economia. Então, parcerias público-privadas em questões como lixo, transporte coletivo, que vai ter que ter um novo edital. O que pode se esperar de alguém com este perfil é alguém em defesa da família, com projetos que foquem a defesa da família, e, por outro lado, que busque uma grande parceria com a iniciativa privada, diminuindo o tamanho do Estado, da participação do poder público, deixando a prefeitura limitada à participação naqueles assuntos essenciais, de prefeitura realmente.

O senhor foi levado para a vida pública em Curitiba ali em 2009, pelas mãos do então prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), quando foi secretário dele. Depois voltou a ser secretário dele, no governo do Paraná. Também foi do PSDB. Que peso teve Beto Richa na construção da sua vida pública e como está hoje a sua relação com ele?

Ele foi muito importante no início. Foi a oportunidade de eu exercer cargos públicos. Hoje ele está com a maior parte do tempo dele, pelo que a gente escuta na mídia, fazendo sua defesa, que é o seu direito constitucional. Mas desta vez o candidato sou eu, eu estou construindo o plano de governo, convidando a minha equipe para participar de um momento único para mim, que eu sonhei muitos anos. Poder administrar a cidade que me deu todas as oportunidades da minha vida.

Mas o senhor tem falado com ele ou não?

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Não, faz muito tempo que eu não falo.

Se fosse prefeito, o que teria feito diferente no enfrentamento à Covid-19?

Primeiro, eu teria feito testagem em massa da população. Quer dizer, adquirindo testes para que a própria prefeitura fizesse a testagem e o isolamento seletivo daqueles que estão infectados e daqueles que estão em grupos de risco. Hoje, infelizmente, a pessoa identificada com sintomas em um posto de saúde é orientada a voltar para casa. Ou seja, com o isolamento completo que está hoje, a pessoa com sintomas volta para casa e contagia a família inteira, inclusive idosos e grupos de risco que estão em casa. Segundo, eu não fecharia 30% quase dos postos de saúde como o prefeito Greca fez. O que ele fez foi juntar em um lugar só quem tem problemas de saúde de dia a dia, problema de pressão, a pessoa que vai buscar um remédio, com aqueles que estão na fila de uma unidade de pronto atendimento que estão com Covid. Ou seja, ele mesmo propiciou o aumento do contágio. E, por fim, eu não teria fechado o comércio de uma maneira tão abrupta. Porque nos primeiros três meses, quando a pandemia estava fraca em Curitiba, sob controle, antes da chegada do frio, ele teria que ter providenciado as vagas de UTI para Covid. Ele dizia que tinha 1.000 vagas e depois as 1.000 vagas viraram 300 e as outras 700 eram para outras funções, como acidentes de trânsito. Então, quando chegou a 98% de ocupação das vagas, ele teve que fechar a cidade, com um decreto, e isso disparou o desemprego, as empresas estão quebrando, que é um segundo efeito terrível desta pandemia.

No pós-pandemia, se houver alguma capacidade de investimento, onde o senhor concentraria os recursos da cidade nos próximos anos e por quê? O que seria prioridade no pós-pandemia?

A prioridade número um seria a reconstrução econômica da cidade, com apoio efetivo da prefeitura às pequenas e microempresas. Tiraria o foco, como o prefeito Greca fez, de apoiar com R$ 200 milhões de dinheiro público, dos impostos dos curitibanos, somente as grandes empresas de transporte coletivo, empresas privadas. E faria um apoio emergencial às pequenas e microempresas, desde que elas garantissem a manutenção ou o aumento dos empregos de pessoas de Curitiba. Acho que este tem que ser o foco depois da pandemia. Porque nós vamos ter uma situação caótica. Nós estamos terminando as últimas parcelas do auxílio emergencial do presidente Bolsonaro, do governo federal. Aqueles que ficaram desempregados no início da pandemia, que foram muitos, faz com que estejamos a um mês, dois, do final do seguro-desemprego. Então no final do ano é importante que o foco seja a retomada econômica da cidade, para gerar empregos novamente e renda para pessoas que não tinham um emprego com carteira assinada.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]