O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a maior bancada do Congresso Nacional, tem sido um dos principais críticos do governo Lula 3. Seja no que concerne o setor produtivo, seja em um plano geral, o parlamentar representante do Paraná, tem uma certeza: a terceira versão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), veio a passeio.
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"É um presidente que está passeando bastante e não tem qualquer noção das coisas que estão acontecendo no governo. A demonstração clara disso foi o ministro Fernando Haddad, completamente desautorizado e ridicularizado pelo Lula na questão do déficit zero", exemplificou Lupion.
A "sinceridade" de Lula nada mais é que um "atestado de incompetência com os gastos públicos", na opinião de Lupion. Para ele, nunca houve compromisso do atual governo em frear gastanças ou encontrar soluções viáveis para tanto.
"Eles mandaram para o Congresso três medidas para tentar resolver as questões fiscais e já gastaram todo o dinheiro. Vamos para R$ 93 bilhões de aumento de custo da máquina pública. Isto é um verdadeiro absurdo. É um governo que quer gastar para fazer política sem se preocupar com o futuro".
Deputado federal Pedro Lupion (PP-PR)
Seguro rural ficou na promessa
Expectativa de todo um setor, o seguro rural é um dos mais importantes instrumentos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos. Diante de um país que sofre com recorrentes enchentes na Região Sul e com secas intensas na Região Norte, os produtores rurais ficam reféns de inúmeras promessas do Executivo.
"Tínhamos uma grande expectativa. O pedido era de R$ 2 bilhões para seguro rural nesta safra e, semana passada, nos foi prometido R$ 500 milhões. Acontece que o Ministério da Fazenda já nos deu a negativa quanto a esse valor também. Estamos vendo o Paraná todo alagado e já vamos para quatro safras de defasagem. Precisamos de seguro", explicou o parlamentar.
Segundo o presidente da FPA, o dinheiro prometido pelo governo federal é mais uma promessa descumprida que levará o país a mais uma safra prejudicada. Ao longo das quase duas décadas do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, os produtores do Paraná contrataram mais de 580 mil apólices, próximo de 40% do total nacional (1,5 milhão). O segundo lugar fica com o Rio Grande do Sul, com 324 mil apólices contratadas desde 2006, seguido por São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais.
" É mais uma promessa desse governo com o nosso setor que não é cumprida. Estamos falando de um corte de R$ 140 milhões, de mais um anúncio de R$ 500 milhões que não vai mais acontecer e de R$ 1,5 bilhão que foi prometido e não há previsão. O Plano Safra fica completamente prejudicado”, criticou Lupion.
Vetos ao Marco Temporal
Lupion se mostrou consternado diante de um convite para negociação dos vetos ao projeto de lei 2.903/2023, que trata do marco temporal de terras indígenas. De acordo com o deputado paranaense, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chegou a convidá-lo para discutir a não derrubada dos vetos, propondo, inclusive, a construção de um novo texto.
“O tempo já passou para esse tipo de negociação. Se queriam um texto, que aprovassem o nosso. Pior que isso, nos convidaram para uma reunião para tratar de um assunto importante para eles, já sabendo que o seguro rural, no outro dia, seria inviabilizado. É um total desrespeito", protestou.
Lupion diz que a ofensiva para constitucionalizar o marco temporal será completada. "Vamos manter a nossa e derrubar os vetos na sessão do Congresso Nacional, no próximo dia 9. Além disso, vamos aprovar as PECs 48 no Senado (que define marco temporal de demarcação das terras) e a 132 na Câmara (de indenização em áreas indígenas)", prometeu.
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