Marli Paulino (PSD), 55 anos, iniciou o segundo mandato na prefeitura de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, com um desafio que ela mesma considera grande: inaugurar um hospital de alta complexidade na cidade, inclusive com leitos de UTI.
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Para erguer o hospital, cuja construção é estimada em R$ 30 milhões, Marli conta com a ajuda de seu padrinho político, o deputado federal Luizão Goulart (Republicanos), de quem ela foi vice-prefeita em dois mandatos. Segundo a prefeita, grandes obras da cidade, como a duplicação da Avenida Maringá, que deve ser concluída neste semestre, só saíram do papel graças à ajuda do deputado.
“Temos um grande apoio do deputado federal Luizão, que já mandou mais de R$ 15 milhões aqui para a cidade, em todas as áreas”, afirma a prefeita, para mais à frente admitir: “Acredito que seria um pouco mais difícil gerir a cidade sem essa ajuda”.
Na nova gestão de Marli, Pinhais verá ainda a construção de mais um condomínio de alto padrão, no terreno do autódromo, que será desativado. Empreendimento que vai trazer obras viárias à cidade, bancadas como contrapartida dos investidores do condomínio e execução pelo governo do Paraná.
Além disso, finalmente a pista de ciclismo dos Jogos Pan-Americanos de 2007, que Pinhais trouxe do Rio de Janeiro em 2014, deve ter a instalação concluída, após anos parada em um terreno da prefeitura. Ela fará parte de um complexo esportivo com previsão de ficar pronto até o fim de 2021, ao custo de R$ 25 milhões bancados pelo governo federal.
Leia a seguir a entrevista da prefeita de Pinhais, Marli Paulino.
A senhora foi a primeira vereadora, a primeira vice-prefeita, a primeira prefeita e agora a primeira prefeita reeleita de Pinhais. Como tem visto a participação das mulheres na política da cidade?
É importante ter sido a primeira vereadora, vice-prefeita e prefeita para incentivar as mulheres a entrar na política aqui em Pinhais. Lembrando que desde a gestão passada somos prefeita e vice-prefeita [Rosa Maria], duas mulheres à frente da cidade. Temos inclusive mulheres em boa parte do nosso secretariado, na Educação, na Saúde, no Meio Ambiente e na Assistência Social. Ou seja, somos seis mulheres nos principais cargos do município: prefeita, vice e quatro secretárias municipais. Além disso, na nossa coligação na eleição éramos seis partidos e fechamos todos os quadros de mulheres candidatas, sem precisar de cota.
Quais os desafios do segundo mandato?
Trabalhamos em todas as áreas no primeiro mandato, cumprimos mais de 90% de nosso plano de mandato. Agora nossa segunda gestão será de novas ideias. Temos pela frente, por exemplo, um desafio muito grande que será a construção de mais um hospital na cidade, que será erguido ao longo desses quatro anos. Nós já reabrimos um hospital, depois inauguramos a nossa UPA na primeira gestão. A saúde está bem estruturada, inclusive nessa pandemia, em que todos foram atendidos e encaminhados para tratamento. E olha que houve semanas em que tínhamos 20 pessoas precisando de internamento. Mas a população queria um hospital de alta complexidade, que é o que vamos buscar agora.
Esse hospital terá UTI, que é o grande gargalo da saúde na região metropolitana?
Sim. A UTI desse novo hospital é o que mais vai ajudar o nosso sistema de saúde. Estamos estudando ainda a quantidade, mas acredito que teremos dois leitos de UTI, um geral e um neonatal. Como a gestão da UTI é de responsabilidade do governo do estado, acredito que esses leitos vão, inclusive, acabar ajudando a região metropolitana como um todo, atendendo pacientes que estão na fila de espera por leitos.
Onde será e qual vai ser a capacidade de leitos desse novo hospital?
Já temos o terreno onde será o hospital. Estamos com equipes fazendo estudos e inclusive o Hospital Erasto Gaertner tem nos ajudado, nos assessorando na elaboração do projeto. Mas ainda não temos o número de leitos que o hospital terá. A Câmara de Vereadores já aprovou a área, que é um terreno da prefeitura no Centro de Pinhais, próximo do fórum.
De onde virão os recursos e qual será o valor para construir o hospital?
Parte do recurso é nosso e parte vamos atrás com o governo federal, onde temos um grande apoio do deputado federal Luizão Goulart, que já mandou mais de R$ 15 milhões para a cidade. Ainda não temos o valor porque isso vai depender do projeto. Mas o custo do hospital deve ficar perto de R$ 30 milhões. Só que o mais difícil não vai ser construir, vai ser a manutenção dele depois de pronto. Para isso vamos atrás do governo do estado e contamos novamente com a ajuda do deputado federal Luizão.
Qual a importância dessa parceria do deputado e ex-prefeito Luizão Goulart para o município ter recursos?
Pinhais é a cidade dele. Essa parceria é muito importante. O nosso grupo quer continuar cuidando das pessoas da cidade.
A senhora teria mais dificuldade em administrar a prefeitura se não tivesse esse apoio do deputado Luizão?
Acredito que seria um pouco mais difícil gerir a cidade sem essa ajuda. Os recursos que ele nos enviou foram para todas as áreas, inclusive para a duplicação da Avenida Maringá.
Como está a obra na Avenida Maringá, que tem trânsito pesado e é uma das principais vias da cidade?
Fizemos metade da duplicação no primeiro mandato. Agora será feita a segunda parte com recursos do deputado Luizão. O custo da obra é de R$ 7 milhões. A primeira etapa foi bancada pelo próprio município, até porque Pinhais tem boa arrecadação. Mesmo na pandemia mantivemos a arrecadação.
Quando a Avenida Maringá fica pronta?
A previsão é de que a duplicação da Avenida Maringá fique pronta no primeiro semestre desse ano. Essa obra vai facilitar muito o trânsito, já que faz ligação entre Pinhais e Colombo e também para São José dos Pinhais.
Que outras obras a senhora destacaria para o seu segundo mandato?
O autódromo vai dar lugar a um condomínio de alto padrão, uma mistura de residências e serviços. Com isso teremos mais obras. Como contrapartida, neste caso, os investidores desse empreendimento vão financiar e o governo do estado vai executar o projeto de ligação da Avenida Iraí com a Avenida Maurício Fruet, em Curitiba, além da ligação da Rua 24 de Maio com a Rua Rio Amazonas, que vai para Curitiba, no bairro Acropóle. Essas duas obras terão transposição da linha férrea com viadutos. Então, para a cidade, é bom vir empreendimentos como esse, que atraem investimentos.
Sobre a pandemia, a senhora pretende comprar a vacina da Covid-19 para o município fora do plano nacional do Ministério da Saúde?
A gente gostaria de comprar vacina, mas não tem. No momento, vamos aguardar o governo do estado e o governo federal. Futuramente, se houver doses sobrando, se o plano não conseguir suprir, podemos comprar, porque temos recurso.
Como está a pandemia neste momento em Pinhais?
Agora a pandemia está um pouco mais acalmada. Tivemos momentos mais difíceis. Estamos discutindo e seguindo as orientações do Fórum Metropolitano no enfrentamento da Covid-19.
A rede municipal de ensino de Pinhais terá volta às aulas presenciais nesse ano?
Estamos preparados para as aulas voltarem dia 18 de fevereiro com todos os cuidados, com todas as medidas preventivas da Covid-19. Para os pais que não quiserem mandar seus filhos para a aula presencial, nós vamos atendê-los em casa, como no ano passado. As aulas vão ser com metade das turmas na escola uma semana, e a outra metade na outra semana.
Vale destacar que, com a pandemia, as escolas particulares estão perdendo alunos. E essas crianças estão vindo para a rede municipal. Registramos a transferência de 1.200 alunos da rede particular para nossas escolas desde o início da pandemia. A fila é grande. Mas estamos construindo cinco novas unidades para reforçar a educação: são duas escolas e três CMEIs para esse mandato. Além disso, criamos a Bolsa Creche, em que o município paga para crianças estudarem em escolas particulares. Nesse caso, também ajudamos as escolas particulares a se manterem nesse período difícil.
Há planos de concursos para esse mandato?
Vamos fazer ainda o planejamento para concursos. Ainda temos um concurso vigente, inclusive para a Guarda Municipal. Queremos aumentar nosso efetivo de 80 para 100 guardas.
Em junho de 2014, a prefeitura de Pinhais recebeu a pista de ciclismo dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Ela ficou um tempo parada num terreno da cidade. Tem data para ela ser montada?
A instalação da pista está a todo vapor, dentro de um complexo esportivo que vai ser inaugurado em breve. Além da pista de ciclismo, esse complexo terá quadras de basquete, tênis, vôlei. O complexo vai ter capacidade de público de 1.500 pessoas, em lugares cobertos, onde também pretendemos fazer ações culturais. A construção está andando e a entrega deve ser até o fim do ano. Mas a estrutura já está toda em pé. Essa obra é toda com recurso do governo federal, no valor de R$ 25 milhões e a construção começou ano passado. [Nota da edição: reportagem da Gazeta do Povo de 2015 mostra que o plano original para conclusão do complexo esportivo era maio de 2016].
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