Os investigadores do ataque ao Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, vão encaminhar uma série de propostas ao Governo do Paraná para que sejam criados protocolos de ação e prevenção de novos casos de agressores ativos em escolas no Estado. A conclusão do inquérito sobre a morte dos dois adolescentes foi apresentada nesta quarta-feira (28), em Londrina.
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De acordo com o delegado-chefe de Londrina, Fernando Amarantino Ribeiro, durante as investigações foram identificados alguns comportamentos classificados por ele como equívocos por parte dos estudantes. Um desses equívocos foi o fato de alguns estudantes terem demorado cerca de um minuto entre o momento em que ouviram os primeiros disparos e a ação de se esconderem do agressor.
“Em vez de procurar abrigo imediatamente e travar a entrada da sala, muitos desses estudantes foram até a porta para verem o que estava acontecendo. Isso fez deles novas vítimas em potencial. É importante que a gente consiga enxergar esses equívocos e aprender com eles. Isso precisa ser discutido e criado um protocolo de ação para esses casos, e é parte do que estamos levando para apresentar ao Governo lá em Curitiba”, reforçou o delegado.
Correr / se esconder / atacar
Este tipo de comportamento foi destacado pelo major Ricardo da Costa, comandante do Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), como uma forma de auxiliar no treinamento de prevenção a ataques de agressores. A medida foi utilizada em um simulado de uma invasão no Colégio Estadual Cívico Militar Ermelino de Leão, em Curitiba, no último mês de março.
“Nosso objetivo com esse tipo de ação é buscar minimizar ao máximo os riscos de termos agressores invadindo nossas escolas. Por outro lado, caso isso ocorra, é importante que todos na comunidade escolar tenham internalizadas as ações necessárias para tentar escapar, e em último caso, conter esse agressor”, afirmou.
A tática de “correr/se esconder/atacar”, citada pelo major, é bastante difundida nos Estados Unidos e é presença constante nas orientações oferecidas aos estudantes por instituições de ensino daquele país. Em caso de ataques, a primeira orientação é tentar escapar do agressor e acionar as forças de segurança assim que for seguro. Se esta não for uma opção, a orientação é buscar abrigo em um local fechado, bloqueando a porta de acesso se possível e permanecendo em silêncio. Por fim, caso haja risco iminente de vida, atacar o agressor pode ser a última saída para se evitar o pior.
Ação preventiva contra o bullying
Uma outra ação, mais preventiva, a ser apresentada pela equipe de investigadores diz respeito à forma como o bullying é tratado nas escolas. No depoimento que prestou à Polícia após ser preso, o agressor da escola de Cambé disse ter planejado o ataque como uma forma de vingança pelo bullying que sofreu quando era aluno no Helena Kolody.
“O jovem saiu de lá com 12 anos e [o bullying] ficou marcado na mente dele. A relação bullying e ataque é muito próxima, embora a gente não perceba. Assim como os pais, geralmente, não percebem o mundo de crime que os filhos podem estar inseridos na internet. Não é utopia. O adolescente de 12, 13 anos e está em formação, é a pessoa mais vulnerável para esse tipo de ação”, comentou o delegado-chefe de Londrina.
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