Com muitas cidades retomando suas atividades econômicas após um período mais rígido de isolamento social, por causa da pandemia de Covid-19, as instituições particulares de ensino do Paraná também começaram a reivindicar autorização para a reabertura. O Sindicato das Escolas Particulares do Paraná protocolou, nesta semana, junto ao governo do estado e diversas prefeituras paranaenses, um plano estratégico para a retomada gradativa das atividades educacionais. O plano, segundo a presidente do sindicato, Esther Cristina Pereira, pretende manter a prioridade para o ensino à distância, mas abrir a escola para filhos de trabalhadores nas áreas consideradas essenciais, que estão trabalhando normalmente e têm dificuldade de manter suas crianças em casa.
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“O documento é nacional, feito junto com a Federação. E a ideia é retomar aos poucos, primeiro atendendo às famílias que precisam, que trabalham nas áreas essenciais e não têm com quem deixar os pequenos”, conta. “Muitos pais acabam tendo que deixar com os avós, deixar em casas de outras famílias ou recorrendo a babás, que precisam se deslocar de ônibus, se expondo ao risco de contaminação. Todas essas situações são mais arriscadas do que ir para a escola, se a escola estiver funcionando em um contingente menor e com todas as regras de higiene e segurança”, argumenta a pedagoga.
Ela citou que o documento foi preparado há duas semanas, mas que a decisão por protocolá-lo junto às prefeituras e ao governo e de torná-lo público nesta semana foi tomada a partir da notícia de reabertura gradual do comércio na maioria das cidades paranaenses. “Temos cidades sem nenhum caso, com comércio funcionando normalmente e só as escolas fechadas. Não faz sentido. As famílias estão em desespero, tendo que trabalhar normalmente e sem ter com quem deixar as crianças em casa porque não tem escola” comenta.
No documento, as escolas particulares se comprometem a priorizar o ensino à distância, atendendo de forma presencial apenas os casos realmente necessários, fazendo uma ampliação gradual das atividades presenciais até que as autoridades em saúde afirmem não ser mais necessário adotar medidas de isolamento.
Para o atendimento presencial, as escolas afirmam que praticarão um distanciamento mínimo de um metro quadrado entre os alunos; o uso obrigatório de máscaras por todos que estiverem dentro das unidades; higienização de todos os ambientes com água sanitária diluída antes da chegada de cada turma à escola; aferição da temperatura corporal de todos na entrada dos estabelecimentos, com a proibição do ingresso de pessoas com qualquer sintoma de resfriado; e promover a demarcação de todos os espaços físicos para garantir as medidas de distanciamento, entre outras medidas. “A doença está aí, sabemos e não a menosprezamos, mas sabemos que com regras de distanciamento e higiene podemos preveni-la. As crianças estão adoecendo emocionalmente, elas precisam do convívio”, afirma Pereira.
A presidente do sindicato informou que o órgão pediu, inicialmente, a abertura das escolas nas cidades sem casos de Covid-19, com poucos casos ou com a situação hospitalar sob controle e que, por isso, já reabriram todo o comércio, mas ainda não recebeu nenhum retorno. “A gente depende especificamente dos governos. Não podemos fazer nenhum movimento. Quando conversamos com prefeituras, eles dizem que é determinação do governo, quando conversamos com o governo, ouvimos que as prefeituras têm autonomia”, critica. “Não estamos exigindo a reabertura, nem sequer indicando uma data, estamos mostrando uma maneira de como podemos fazer essa retomada gradual”, reforça.
Questionada sobre a situação de desigualdade entre os alunos de escolas particulares e públicas, caso as particulares retomem as atividades antes, ela diz que só pode responder pelas particulares, mas acredita que estados e municípios podem se basear neste modelo para antecipar a retomada das aulas na rede pública também.
O governo do Paraná delegou, em decreto do dia 28 de abril, à Secretaria de Estado de Saúde (SESA) a regulamentação das regras para a reabertura de estabelecimentos considerados de atividades não essenciais, mas tal regulamentação ainda não foi publicada. A Prefeitura Municipal de Curitiba informou que a administração municipal seguirá o decreto estadual. Confira a evolução de casos de coronavírus no Paraná.
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