Com estrutura desenvolvida em impressora 3D, uso de inteligência artificial e câmeras para reconhecimento facial, um robô montado por alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, conquistou o 3º lugar na categoria “Apresentação” na Olimpíada Nacional de Robótica (OBR) deste ano. “Um resultado muito bom mesmo!”, comemorou o professor de Matemática e coordenador da equipe, Tony Marcio Groch.
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Segundo ele, o projeto foi desenvolvido por três alunos que representaram o Paraná no nível Ensino Médio da competição: Carlos Augusto dos Santos, Thor Bonatti e Alexandre Lopes Pires.
“Eles venceram a etapa estadual, conseguiram essa vaga e se prepararam para cumprir o desafio proposto neste ano, levando também uma solução inovadora”, relata o professor, que acompanhou os estudantes entre os dias 17 e 22 de outubro na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo.
Lá, a equipe precisou colocar seu robô para percorrer um cenário que simulava um desastre nuclear, no qual seres humanos não poderiam chegar até as vítimas. “Então, um robô completamente autônomo precisaria se deslocar por aquele ambiente repleto de obstáculos devido às condições do desastre, encontrar os sobreviventes e resgatá-los”, explica Groch, ressaltando que os robôs precisavam desviar alguns itens, passar por cima de outros e até mesmo subir em uma gangorra instalada no percurso.
A competição ocorreu em três rounds, e os participantes ganharam pontos conforme seu tempo de prova e tarefas concluídas. Além disso, os alunos concorreram em uma categoria especial em que apresentaram robôs inovadores capazes de facilitar o resgate na situação hipotética apresentada pelo desafio.
“E foi nessa categoria que conquistamos o terceiro lugar utilizando princípios de inteligência artificial para reconhecer as vítimas”, conta o professor. Já na prova principal da competição, a equipe não ficou entre os 10 melhores do país.
Alunos do Ensino Fundamental também representaram o Paraná
No entanto, os estudantes de apenas 10 anos que representaram o Paraná no nível do Ensino Fundamental foram muito bem no desafio. Assim como os competidores do Ensino Médio, eles também precisaram desenvolver um robô que percorresse sozinho um cenário hostil e “salvasse” vítimas, mas o resgate tinha menor complexidade.
“E foi muito desafiador para eles, porque ainda estão no 6º ano e começando na área da robótica”, afirma a professora Armindaliz Ribas Cavalcante, que conduziu a dupla e se surpreendeu com o resultado. “Mesmo sendo os mais novos do torneio, nossos alunos Flávio Troge e Julia Magalhães conquistaram o 9º lugar”.
De acordo com ela, os alunos da Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag, de Curitiba, desenvolveram um robô autônomo — apelidado de BedRock — que usava sensores de luz para direcioná-lo durante o percurso e com uma parte anexa que empurrava as “vítimas” até uma área segura. “Eles preferiram fazer assim em vez de usar garras, e a estratégia deu certo”.
Além deles, outra equipe curitibana também representou o Paraná na competição. Os estudantes da Escola Municipal Coronel Durival Britto e Silva realizaram o desafio proposto e ficaram na 25ª posição entre 40 equipes de Ensino Fundamental classificadas em todo o país.
“Estamos muito felizes com os resultados e sabemos o quanto a participação desses alunos é eficaz para que se aperfeiçoem ainda mais”, comemora a gerente de inovação pedagógica da Secretaria de Educação de Curitiba, Silmara Campese Cezário.
O próximo desafio será o First Lego League
Agora, os estudantes se preparam para a próxima competição de robótica, marcada para 25 de novembro. Essa será a etapa estadual da First Lego League (FLL), torneio internacional promovido pela companhia norte-americana LEGO® que desafia estudantes de 9 a 16 anos a buscarem soluções para problemas do dia a dia da sociedade moderna. O tema neste ano é “energias” e as equipes de robótica do estado já estão preparando seus projetos para apresentação.
No caso dos alunos da Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag, por exemplo, a abordagem escolhida foi consciência de consumo, já que, segundo pesquisa realizada pelos próprios estudantes, grande parte dos consumidores não sabe como a energia é gerada e nem se preocupam em economizá-la.
“Então, criamos um equipamento que monitora em tempo real o consumo de energia em uma residência e avisa os proprietários quando o consumo está próximo da média mensal para que possam reduzir o tempo de banho e o uso dos eletrodomésticos”, afirma a professora Armindaliz.
Segundo ela, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) apoiou a ideia dos alunos e até preparou um protótipo para que eles apresentem no concurso. A Companhia Paranaense de Energia (Copel) também se interessou pela ideia e realizará uma reunião com os coordenadores da equipe em breve para saber mais detalhes a respeito do funcionamento.
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