Uma parceria entre a indústria Klabin, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e a Fundação Avina traçou um apurado perfil da realidade de 37 municípios paranaenses. Com base em uma série de dados oficiais e pesquisas feitas junto aos habitantes, foi elaborado o Índice de Progresso Social (IPS), um indicador que mede resultados sociais e ambientais com impacto direto na vida da população. As informações coletadas nesse trabalho formarão uma base pública de dados que deverá ajudar na elaboração de políticas públicas, estimulando a participação da sociedade civil.
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O IPS foi criado em 2013 por um grupo de pesquisadores norte-americanos, com a ideia de oferecer uma medida das “coisas que realmente importam para as pessoas reais”. O cálculo do índice não leva em consideração indicadores econômicos, mas dados sobre saúde, saneamento básico, segurança e meio ambiente, entre outros. Após um levantamento feito na cidade de Goiana (PE), onde mantém uma unidade, a Klabin decidiu em 2019 financiar o estudo em 37 cidades das regiões dos Campos Gerais e Norte do estado.
O resultado desse trabalho foi apresentado nesta quinta-feira (21) a prefeitos e representantes dos municípios avaliados. Numa escala de 0 a 100, o IPS médio da região foi de 53,17. “Isso quer dizer que os municípios estão no meio do caminho para atingir os objetivos visados pelo IPS”, resume Marcelo Sette-Mosaner, gerente do Índice de Progresso Social para América Latina da Fundação Avina, responsável pelo levantamento, realizado com o apoio do Ipardes. Além da coleta de dados, foram feitas pesquisas de percepção com 1,5 mil pessoas em 12 municípios da área de influência da Klabin.
Dos municípios avaliados, o melhor resultado foi alcançado por Telêmaco Borba, com 60,5, seguido por Sapopema (57,5) e Tibagi (55,5). Já os menores índices foram verificados em Imbaú (49,1), Cândido de Abreu (50,1) e São Jerônimo da Serra (50,3). “O levantamento mostra alguns desafios estruturais nacionais que encontram reflexo em âmbito municipal, como os altos índices de mortalidade infantil e de criminalidade. Por outro lado, há indicadores que se sobressaíram à média estadual, como os de longevidade, distorção idade-série na educação e área florestal remanescente”, observa Marcelo.
Para o gerente de Relações com a Comunidade e Responsabilidade Social da Klabin, Uilson Paiva, os dados levantados por meio do IPS são de grande importância para os gestores municipais que estão iniciando o mandato. “Pouquíssimos municípios no Brasil terão dados atualizados como esses. Eles vão poder fornecer a esses prefeitos um retrato da situação social nos municípios. Para quem quer fazer uma boa gestão, nada melhor que começar com um excelente diagnóstico”, ressalta.
Os dados também são valiosos para a Klabin, que desenvolve projetos sociais nas áreas de agricultura familiar, educação e gestão resíduos sólidos, e também iniciativas de apoio à gestão pública. “Com mais informações, podemos calibrar melhor nossas ações e mensurar os efeitos que elas terão junto à comunidade”, ressalta Uilson, que também espera que a plataforma online funcione como uma ferramenta de participação popular. “O objetivo é que os dados não fiquem parados, mas sejam discutidos pela população e aumentem a participação social nos governos.”
Municípios que fazem parte do levantamento do IPS
Cândido de Abreu, Congonhinhas, Curiúva, Imbaú, Ortigueira, Reserva, Rio Branco do Ivaí, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Telêmaco Borba, Tibagi, Ventania, Arapoti, Assaí, Boa Ventura de São Roque, Carambeí, Castro, Faxinal, Figueira, Grandes Rios, Ibaiti, Ipiranga, Ivaí, Ivaiporã, Londrina, Manoel Ribas, Mauá da Serra, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Piraí do Sul, Pitanga, Ponta Grossa, Prudentópolis, Ribeirão do Pinhal, Rosário do Ivaí, Tamarana e Turvo.
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