Deve ser formalizado nos próximos dias o resultado de uma licitação que escolheu o consórcio TPF Getinsa Eurostudios/Sener Setepla para realizar o levantamento técnico de uma nova ferrovia. Trata-se de um grupo espanhol que se associou a empresas brasileiras e irá avaliar a viabilidade de construir 1,3 mil quilômetros de linha férrea entre Dourados (MS) e Paranaguá. O trabalho deve ser feito em 12 meses e está sendo custeado com recursos conseguidos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex de Oliveira, diz que é um passo importante para retomar os planos de fazer uma malha férrea inovadora e capaz de servir ao estado e também os vizinhos, levando cargas com mais rapidez e menor custo. A reportagem tentou contato com o grupo empresarial, que preferiu não se manifestar. A assinatura do contrato é esperada para esta semana.
Retomada
A proposta de fazer um corredor ferroviário entre Dourados, no Mato Grosso do Sul, e Paranaguá, no litoral do Paraná, foi lançada em 2017, na gestão Beto Richa (PSDB), convidando empresas a elaborar os estudos necessários para embasar o empreendimento. Vários grupos se interessaram, mas apenas um consórcio, substancialmente financiado por capital coreano, realmente avançou na realização de levantamentos. Contudo, como a Gazeta do Povo noticiou em abril do ano passado, o consórcio acabou desistindo de fazer o estudo (que só seria pago posteriormente, quando a ferrovia se viabilizasse).
O Paraná precisou voltar à estaca zero e procurou formas de bancar o projeto. A partir do financiamento pelo BID, decidiu investir os recursos para realizar o estudo. Devem ser gastos R$ 30 milhões no chamado EVTEA-J, que avalia, entre outros aspectos, questões econômicas, jurídicas e ambientais. O consórcio selecionado também fará a proposta de readequação de nove pontos críticos no trecho da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava. O trabalho custará R$ 30 milhões.
Atualmente, apenas 20% das cargas que chegam ao Porto de Paranaguá são transportadas por trem. A ideia é construir uma linha férrea de mil quilômetros de extensão, ao custo estimado de R$ 10 bilhões. Um dos objetivos é diminuir o trânsito de caminhões nas rodovias e também o valor do frete no transporte de cargas. A ideia é construir dois ramais ferroviários: um de Dourados (MS) a Cascavel (PR) e outro de Guarapuava (PR) a Paranaguá (PR). No meio dos dois trechos há a linha férrea operada pela Ferroeste.
De Guarapuava a Paranaguá, a nova ferrovia seria paralela à BR-277. O transporte ferroviário no trecho é feito atualmente pela concessionária Rumo, que passaria a ter concorrência. No modelo rodoviário, além do alto número de acidentes e do custo elevado para quem paga o frete, a movimentação de veículos pesados danifica o pavimento e prejudica o meio ambiente – com queima de combustíveis e emissão de gases. Um ramal ferroviário entre Cascavel e Foz do Iguaçu também está sendo estudado.
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