O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou neste domingo (4), durante ato em Curitiba, que vai "lutar até o fim" para reverter a decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que anulou o registro de sua candidatura. Sem citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-procurador da Lava Jato afirmou que "não quer viver em um país que tem um corrupto na Presidência".
"Eu não quero viver num país que tem um corrupto na presidência e que quem combate a corrupção corre risco de ir para a cadeia. Eu não quero viver num país em que um amigo do presidente é colocado no Supremo Tribunal Federal, não por suas qualidades, mas por fidelidade", disse Deltan em referência a indicação de Cristiano Zanin para o STF, advogado que atuou nos processo de Lula na Lava Jato.
Ainda de acordo com Deltan Dallagnol, o ato desta tarde em Curitiba "encheu seu coração de esperança" para ele lutar para manter o seu mandato na Câmara dos Deputados. "Eu vou lutar até o fim por esses 344.917 votos que vocês me deram para ser a voz de vocês. Me aperta o coração o fato de tanta gente boa, tanta gente honesta, tanta gente competente estar ficando órfã de representatividade no Congresso Nacional", completou Dallangol.
"Eu quero dizer para vocês que eles podem ganhar ou a gente pode ganhar. Eu não sei o que você vai fazer, mas eu vou dizer o que eu vou fazer: eu vou lutar eu vou lutar até o fim. Várias pessoas ao longo da Lava Jato me pediram: 'não desista nós precisamos de pessoas como você'. Agora sou eu que quero pedir para vocês: não desistam!", disse.
Em declaração à Gazeta do Povo pediu para que o seus apoiadores busquem a Mesa Diretora da Câmara para que a decisão do TSE seja revista pelos deputados. Apesar da decisão da Corte, cabe à Mesa dar a última palavra sobre o mandato de Dallagnol.
Na semana passada, o ex-procurador da Lava Jato entregou sua defesa à Corregedoria da Casa, junto com a assinatura de apoio de 116 deputados federais. Caberá à corregedoria elaborar um parecer a ser votado pela Mesa Diretora.
"Agora a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ainda pode se erguer como heroína da democracia e pode corrigir essa injustiça. Eu só posso pedir uma coisa agora para as pessoas. Falem com a Mesa Diretora. Mandem mensagens educadamente e defendam esses votos, defendam a democracia e defendam soberania popular. Nós não vamos desistir dos nossos votos e da nossa democracia", disse o deputado.
Apoiadores de Dallagnol se reuniram no centro de Curitiba
A concentração dos apoiadores de Deltan Dallangol ocorreu na Boca Maldita, no centro de Curitiba. Os manifestantes foram às ruas reivindicando contra a corrupção e cassação do mandato do parlamentar.
"Eu quero dizer para vocês que eu ouvi essa palavra impossível várias vezes na minha vida. Disseram que era impossível colocar bandidos na cadeia, e nós juntos colocamos. Disseram que era impossível recuperar dinheiro desviado do Brasil, e nós recolhemos mais de R$ 15 milhões. Disseram que era impossível responsabilizar os maiores corruptos do nosso país, e nós acusamos mais de 500, condenamos mais de 670 e mais de 100 foram presos. Disseram que era impossível fazer o povo se interessar por política e nós vemos hoje aqui uma multidão", disse Dallangol aos seus apoiadores.
Além de milhares de curitibanos, deputados, senadores e vereadores também marcam presença no ato que teve início às 15h.
Toffoli será o relator do pedido de Deltan Dallagnol no STF
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), será o relator do pedido da defesa do deputado Deltan Dallagnol para suspender os efeitos da impugnação do registro de candidatura. Além da Mesa Diretora da Câmara, o parlamentar recorreu ao STF contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A escolha do relator foi feita por meio de sorteio. Não participaram os ministros que integram o TSE: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Kassio Nunes Marques.
A defesa afirmou que o parlamentar é “personagem atualmente polêmico do cenário político brasileiro”, pois colecionou uma série de “inimizades” ao longo de sua atuação como procurador da Lava Jato. Além disso, os advogados alegam que o TSE contrariou “preceitos constitucionais fundamentais”.
A Justiça Eleitoral anulou o registro de candidatura de Deltan e, em consequência disso, ele perdeu o mandato na Câmara dos Deputados. O ex-procurador da Lava Jato, no entanto, não foi considerado inelegível para eleições posteriores. Na prática, o objetivo da defesa é que o STF assegure que ele permaneça no cargo até que a disputa jurídica na Justiça Eleitoral tenha uma decisão definitiva.
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