Depois de dois anos, as feiras e exposições agropecuárias voltam a fazer parte do calendário do Paraná. Show Rural, em Cascavel, e ExpoLondrina, os dois principais eventos do gênero no estado, acontecem em breve. O primeiro na próxima semana e o segundo, em abril.
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A expectativa é grande não apenas para quem atua no setor rural, mas para todas as áreas, já que esses eventos repercutem em negócios diversos nos municípios onde são sediados e no seu entorno.
Muito além das vendas que acontecem nos limites dos parques de exposições e da movimentação de público registrada nas catracas, as feiras agropecuárias lotam hotéis, movimentam aeroportos e restaurantes, demandam mais serviços de locação de veículos, táxi e motoristas de aplicativos, atraem os visitantes para os shopping centers e as lojas vendem mais.
Segundo a Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) as reservas de hotéis para o Show Rural começam a ser feitas um ano antes. Nos três meses que antecedem o evento, já é difícil conseguir vagas nos hotéis da cidade, o que obriga os visitantes a procurarem hospedagem em estabelecimentos dos municípios vizinhos.
A Cooperativa Coopavel, promotora do Show Rural, informa que este ano, a 34ª edição do evento reunirá 400 expositores e a estimativa de público é de 12 mil a 15 mil pessoas por dia. Ao contrário de outros eventos do setor, o Show Rural aconteceu normalmente em 2020 e só foi suspenso em 2021. Por ser costumeiramente realizado em fevereiro, a edição de 2020 não foi cancelada, acontecendo um pouco antes de a pandemia ser estabelecida oficialmente.
Naquele ano, foram movimentados R$ 2,5 bilhões em negócios. Para a edição de 2022 a organização do evento não faz previsões. “É um ano atípico, ainda com restrições impostas pela pandemia. Por isso não é possível estimar valores de comercialização”, diz Dilvo Grolli, diretor presidente da Coopavel.
Ministra da Agricultura é aguardada no Show Rural
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deve visitar o evento na quinta-feira, dia 10, e a expectativa é que ela anuncie medidas de apoio aos produtores, em resposta a um documento com reivindicações para mitigar os efeitos da seca no estado - encaminhado na última semana pelo governo do Paraná e entidades do agronegócio. No mesmo dia, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) também visita o Show Rural e recebe a ministra.
“A retomada desses eventos, com toda a segurança sanitária, é muito importante. Há dois anos está tudo parado e o relacionamento é muito importante no nosso setor”, diz Robson Mafioletti, superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Ele informa que há 20 anos a Ocepar participa do Show Rural, com um estande, divulgando serviços do cooperativismo, e realiza também sua reunião de diretoria no local.
“Além das inovações tecnológicas que são fundamentais para a nossa região, que vive do agronegócio, o Show Rural traz toda uma movimentação financeira no setor gastronômico de hotelaria, e na área cultural da cidade”, destaca o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC). A geração de emprego, defende, é muito relevante.
“Embora aconteça em apenas uma semana, ao longo de um mês inteiro cerca de mil pessoas são empregadas, trabalhando na montagem e posterior desmontagem dos estandes e de toda a estrutura, bem como durante o Show Rural”, afirma o prefeito. Paranhos acrescenta que a prefeitura liberou a realização do evento mediante o cumprimento de todos os protocolos sanitários para prevenir a disseminação do coronavírus.
ExpoLondrina deve receber 500 mil pessoas e movimentar R$ 600 milhões
A 60ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina), realizada pela Sociedade Rural do Paraná, acontece de 1º a 10 de abril no Parque de Exposições Ney Braga. Deve receber 500 mil visitantes e comercializar R$ 600 milhões. O evento gera cerca de 8 mil empregos diretos e indiretos.
“Tivemos dois eventos cancelados, em 2020 e 2021. Foi a primeira vez que isso aconteceu em 60 anos de história da exposição”, informa o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Antônio de Oliveira Sampaio. “Estamos trabalhando para que este ano aconteça, claro que se houver um agravamento da pandemia talvez essa decisão tenha que ser revista”, observa.
Sampaio diz que a expectativa na cidade e região é muito grande para a realização do evento. “O comércio aqui costuma dizer que a ExpoLondrina é o segundo Natal porque há um aquecimento significativo nas vendas”, destaca.
Embora o ponto alto da ExpoLondrina seja a venda de máquinas e equipamentos agrícolas e animais, outros produtos também são bem comercializados. Um exemplo são os veículos, em especial, as camionetes.
Waldir Rezende, diretor comercial da Metronorte, revenda Chevrolet para Londrina e região, admite que a expectativa é grande. “Muita gente espera a ExpoLondrina para trocar de carro”, conta, acrescentando que sempre são preparadas algumas promoções especiais para estimular as vendas no evento, o que deve acontecer neste ano também.
O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Ubiratan, vê a retomada do evento como esperança de aquecimento de parte do mercado econômico. “Os setores de turismo e eventos foram os maiores afetados com a pandemia e a realização da feira pode contribuir para essa retomada”, destaca.
Herika Galli, presidente do Londrina Convention Bureau, instituição que apoia e fomenta eventos e o turismo, reforça que a ExpoLondrina extrapola o mercado agro. “O evento é muito diverso. Traz muita gente de fora que nesse período ocupa nossos hotéis e compra do nosso mercado”, pontua.
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