O ex-deputado federal Emerson Petriv, o Boca Aberta (Pros-PR), foi alvo de mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (19) em Londrina, no norte do Paraná, na investigação que apura a suspeita de “rachadinha” na família do político, que ocupa cargos na Assembleia Legislativa do Estado e na Câmara Municipal de Londrina. A mulher dele, Mara Boca Aberta (Pros-PR) é vereadora e o filho do ex-parlamentar, Boca Aberta Júnior (Pros-PR), é deputado estadual.
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De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), durante a ação que investiga o pagamento de contas pessoais e dos gabinetes da família por assessores parlamentares, o ex-deputado federal foi preso em flagrante por posse ilícita de arma de fogo, mas pagou fiança e foi liberado.
A arma ficou apreendida, apesar do protesto de Boca Aberta que alega que a pistola possui documentação legalizada até 2030. Questionado, o advogado Rafael Dal Amico, que representa o ex-parlamentar, justificou que as mudanças na política de armas do governo federal resultaram em divergências para legalização da arma.
“Endereço estava em Brasília para manutenção da arma de fogo e acredito que há uns dois ou três dias, ele trouxe a arma para Londrina. Com a mudança do governo federal, tornou-se necessária a inscrição da arma de fogo no Sinarm (Sistema Nacional de Armas) e alguns problemas entre os decretos de um governo para o anterior, e essa nova regulamentação, tornaram impossível esse cadastro. Então, ele pretendia efetuar a devolução desse armamento, caso não fosse possível a regulamentação”, explica o advogado.
Segundo informações do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), responsável pela investigação do suposto esquema de “rachadinha”, ainda foram apreendidos celulares e computadores na residência do investigado para apurar as denúncias de que Boca Aberta estaria coagindo testemunhas por meio das redes sociais.
“De forma repetida e reiterada, (ele) tem se valido das mídias sociais para promover criminosos ataques às referidas pessoas, cujo propósito era desacreditá-las e causar injustificável temor, sempre com o fim de atrapalhar a instrução processual”, afirmou o promotor Renato de Lima Castro, por meio da assessoria do MP.
O Gepatria pediu a prisão preventiva de Boca Aberta, mas os mandados expedidos pela 3ª Vara Criminal de Londrina determinaram apenas medidas como o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-deputado e a proibição de que ele mantenha contato físico ou por qualquer meio de comunicação com as testemunhas, inclusive postagens na internet e mensagens de aplicativos, não devendo aproximar-se delas a menos de 200 metros de distância.
O advogado do ex-deputado federal, que foi cassado em 2021, afirma que Boca Aberta não foi notificado sobre o processo e, assim, não é possível falar em uma suposta “retaliação”. “O próximo passo é impetrar um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Paraná para que sejam reconhecidas as ilegalidades que foram cometidas porque, se ele não tem ciência do processo, inclusive não houve citação e a própria defesa desconhecia, não tem como se falar em coação ou retaliação de testemunhas”, argumenta.
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