O ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) Abib Miguel, o Bibinho, virou réu em mais uma denúncia proposta pelo Ministério Público (MP). Bibinho responderá pelo crime de lavagem de dinheiro por 112 vezes. Outras cinco pessoas ligadas a ele também estão na lista de réus. Desta vez, o alvo do MP é a exploração comercial de dois imóveis rurais sequestrados pela Justiça Estadual. A denúncia foi apresentada em maio pelo MP e aceita pelo juiz José Orlando Cerqueira Bremer, da 4ª Vara Criminal de Curitiba, no último dia 30 de agosto.
Bibinho se tornou o pivô do caso Diários Secretos, um dos maiores escândalos de corrupção na Alep, revelado no ano de 2010. Somente pelo crime de peculato, Bibinho já foi denunciado oito vezes. Ele nega, mas o MP sustenta nas acusações que o ex-diretor-geral enriqueceu com a inclusão de quase 100 funcionários fantasmas na folha de pagamento da Alep, entre 1997 e 2010. Os salários desviados, ainda segundo o MP, foram utilizados principalmente na compra de imóveis rurais e urbanos, em vários estados. Para o MP, em valores atualizados até 31 de maio de 2021, o desvio de dinheiro teria sido na ordem de mais de R$ 300 milhões (R$ 309.677.210,95).
“No caso dos imóveis rurais, conforme eram adquiridos, os denunciados empregavam recursos desviados da Alep para a produção agrícola (cultivo de grãos, extração de madeira, etc.) e mineração. Em relação aos imóveis urbanos, a exploração se dava, sobretudo, através de sua locação a terceiros. Através dessas atividades, a organização criminosa gerava recursos “limpos” (...), propiciando a aquisição de outros imóveis, que em muitos casos também eram explorados, e assim sucessivamente”, resume o MP, na mais recente denúncia.
De acordo com o MP, a lavagem de dinheiro continuou mesmo após o caso Diários Secretos. Na nova denúncia, o foco são dois imóveis localizados na cidade de Rebouças, que foram explorados para comércio de madeira, entre 2015 e 2017. Segundo o MP, os dois imóveis foram sequestrados por determinação da Justiça Estadual em novembro de 2014. Na sequência, em janeiro de 2015, ficou definido que “todo e qualquer valor decorrente do arrendamento do imóvel” deveria ser depositado em conta-corrente vinculada ao Poder Judiciário, o que não ocorreu. Recentemente, outros imóveis ligados a Bibinho foram alvos de mandados de busca e apreensão.
Nesta quinta-feira (9), a Gazeta do Povo procurou o advogado Eurolino Sechinel dos Reis, que vem fazendo a defesa de Bibinho, mas ele não quis se manifestar. Atualmente, Bibinho está preso de forma preventiva, no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
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