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Ex-diretor do Deppen depõe em sindicância que apura privilégios no sistema prisional
| Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O ex-diretor geral do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen) Francisco Caricati prestou depoimento nesta sexta-feira (24) à sindicância aberta pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para investigar a suposta concessão de privilégios no sistema penal do estado. A informação foi confirmada à Gazeta do Povo pelo escritório de advogados que representa Caricati.

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A sindicância, que deve ser concluída ainda em maio, vai apurar denúncias presentes em dois relatórios internos do Deppen. Os documentos, produzidos entre abril e maio de 2022 sob a chancela da Agência de Inteligência da instituição, sugerem que Caricati teria recebido propina para supostamente beneficiar um traficante de drogas preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Documentos que motivaram abertura de sindicância já teriam sido alvo de investigação

Apesar de os documentos terem sido elaborados há mais de dois anos, tanto o Deppen quanto a Sesp afirmam à Gazeta do Povo que só “recentemente” souberam da existência da denúncia. Em nota enviada à reportagem, o Deppen disse que reportou o caso à secretaria tão logo teve acesso às denúncias.

Questionado sobre se o prazo de dois anos entre a elaboração dos documentos e a abertura de uma sindicância é considerado normal pela direção, o Deppen não respondeu. O espaço segue aberto para manifestações.

A defesa de Caricati contesta a versão de que as denúncias só foram conhecidas agora. De acordo com a nota, “o documento apócrifo apresentado em algumas reportagens já foi objeto de minuciosa investigação realizada pela Polícia Judiciária, e não conclusiva sobre a existência dos fatos ali narrados”.

Ação que impedia divulgação das denúncias foi retirada da Justiça

Na mesma nota em que confirmou o depoimento, os advogados de defesa de Caricati confirmaram que o ex-diretor do Deppen desistiu da ação que havia sido aberta contra RIC TV. As denúncias sobre supostos privilégios concedidos a presos no sistema penal do Paraná foram publicadas em uma série de reportagens da emissora sobre facções criminosas, exibida no começo de maio.

“Lamentando a irreparável mácula causada à honra e dignidade de Caricati, esta banca aguarda o término das investigações para que possa, na sequência, tomar as medidas administrativas e judiciais cabíveis ao restabelecimento da sua dignidade”, conclui a nota.

Associação de advogados emitiu nota de solidariedade a Caricati

A Associação Paranaense dos Advogados Criminalistas (Apacrimi) emitiu nesta sexta-feira uma nota de solidariedade e apoio a Caricati. No documento, a associação aponta que o ex-diretor do Deppen foi “exposto à execração pública com base em ‘documento’ apócrifo e reconhecido anteriormente como falso”.

A nota segue, dizendo que a sindicância aberta pela Sesp não pode ser vista como “a apuração do envolvimento de Caricati com atos criminosos que maculariam sua integridade moral e boa reputação perante a sociedade paranaense”.

Por fim, o texto pontua que Caricati “é merecedor de respeito” por sua atuação junto ao Deppen. “Sua profícua gestão foi caracterizada pela criação de uma secretaria de assuntos penitenciários para maior transparência do sistema carcerário, que continua seguindo com nova modelagem pela atual gestão do Deppen de forma progressiva e segura”.

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