O volume de exportações de carne suína pelo Porto de Paranaguá cresceu 58% no primeiro semestre de 2019 na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho deste ano, saíram pelo terminal paranaense 36,2 mil toneladas do produto, que renderam cerca de US$ 76 milhões. Em 2018, foram exportadas 23 mil toneladas de carne de porco, que somaram US$ 49 milhões.
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Os números referem-se a toda carne suína que sai pelo porto e incluem produtos de origem no próprio Paraná e nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo.
A estrutura para embarque de carnes congeladas pelo porto paranaense é um dos diferenciais para o aumento nas movimentações no estado, avalia Luiz Teixeira da Silva Júnior, diretor de Operações Portuárias da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). “É preciso ter uma infraestrutura especial”, explica. “Os produtos são acondicionados em contêineres reefer, refrigerados, que precisam ser ligados à rede elétrica para manter determinada temperatura”
Da produção paranaense, escoada também por outros terminais além do Porto de Paranaguá, o volume exportado no primeiro semestre cresceu 21% em relação ao mesmo período de 2018, saltando de 45 mil para 54 mil toneladas. “A expectativa é que, no segundo semestre, haja um crescimento ainda maior, devido ao aumento da demanda pela carne suína brasileira”, diz Edmar Gervásio, analista técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).
O crescimento acompanha uma elevação geral na exportação de proteína animal em todo o Brasil, impulsionada principalmente em razão da disseminação da peste suína africana na China e em países do entorno. Detentor do maior rebanho de porcos do mundo, o país asiático viu seu plantel diminuir em 15% desde o ano passado e a produção cair mais de 10%.
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Livre da doença, o Brasil é hoje o quarto maior exportador de carne de porco, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Em razão do problema sanitário no mercado chinês, houve um aquecimento da demanda pela carne suína brasileira como um todo”, diz Gervásio.
Somente no mês de junho, as vendas do produto brasileiro para o exterior aumentaram 81% em relação registrado no mesmo mês do ano passado, conforme dados da ABPA. A China, principal destino da carne suína brasileira, incrementou suas importações em 30,7% entre janeiro e junho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.
O aumento da demanda pelo produto brasileiro foi impulsionado também pela volta do comércio com a Rússia, que manteve um embargo entre dezembro de 2017 e novembro de 2018, devido à presença da ractopamina na carne. No primeiro semestre de 2019, foram 26,1 mil toneladas vendidas para o mercado russo.
A produção paranaense tem um mercado distinto, em razão de restrições regionais. Os principais compradores da carne de porco produzida no estado são Hong Kong, que importa 40% do produto, Uruguai (20%), Cingapura (16%) e Argentina (10%).
Exportação de carne de frango também cresce
A crise chinesa na indústria de carne suína alavanca também a venda da carne de frango brasileira. Somente em junho, o produto teve um aumento de 64% nas exportações em relação ao mesmo mês de 2018. A carne de frango é considerada um substituto no momento em que proteínas suína e bovina estão no foco da peste suína africana.
O Paraná é o maior produtor de frango do Brasil, e o Porto de Paranaguá, o principal canal de exportação do produto brasileiro. Em 2019, mais de 38% de todo o frango congelado exportado pelo Brasil, saiu do país pelo terminal paranaense. Ao todo, 800 mil toneladas foram movimentadas no porto entre janeiro e junho. Os destinos mais frequentes do produto que saiu pelo litoral paranaense foram China, Japão, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Hong Kong.
Segundo a Appa, o número de contêineres refrigerados para transporte de carne de frango, cresceu 328% neste ano. De janeiro a maio, foram 19.484 unidades. Em 2018, no mesmo período, foram 4.553. Além de aves do Paraná, o produto exportado via Paranaguá tem como origem avicultores de estados como Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
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