Puxadas pelo setor automotivo, exportações paranaenses para o México crescem 80%

• 0

O Paraná ampliou em 80,1% as exportações para o México em 2021 em comparação com 2020. O dado chama a atenção na análise da balança comercial paranaense. Foi o mercado que mais cresceu, segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

Cadastre-se e receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

Os principais produtos do Paraná exportados para o México foram, pela ordem: automóveis e acessórios, madeira e carnes.  “Do total exportado para aquele país, 43% referem-se a produtos do setor automotivo”, explica o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.

“O mercado mexicano representava 15% das exportações automotivas do Paraná e, no ano passado, passou a responder por 19%, com crescimento de 52% de um ano para outro”, diz o economista.

A Volvo, fabricante de caminhões na Cidade Industrial de Curitiba, certamente contribuiu para isso. “Não temos exportações regulares para o México, mas no ano passado exportamos 87 chassis”, informa a montadora, que fabrica ônibus na Cidade Industrial de Curitiba.

"A Volvo tem fábrica de ônibus no México. Mas, pelo modelo solicitado (ônibus articulados urbanos), a planta do Brasil foi a opção natural para a produção", diz Alexandre Parker, diretor de Assuntos Corporativos do Grupo Volvo América Latina.

"Se houver nova necessidade, estaremos aptos para atender", destaca Parker. Além do México, em 2021 a Volvo ampliou as exportações para toda a América Latina e África. No ano passado, 2/3 dos ônibus fabricado no Brasil foram enviados para o mercado externo.

Automóveis, madeiras e carnes entre os mais exportados

Além dos automóveis, as exportações de madeira também tiveram destaque, respondendo por 26,4% de tudo o que o Paraná vendeu para o México em 2021. “O mercado mexicano já é um dos principais para a madeira paranaense há tempos, mas percebemos que nos últimos cinco anos tem havido um aumento importante”, destaca Paulo Pupo, superintendente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).

Segundo Pupo, isso está relacionado ao fato de o México ser um fornecedor de móveis para os Estados Unidos, onde a demanda também cresceu. “Sempre o que puxa é a economia dos EUA, para onde também exportamos mais em 2021”, destaca.

O terceiro item da pauta de exportações paranaenses para o México são carnes, com participação de 11,2% do que o estado exporta para aquele país. O crescimento pode estar relacionado à declaração de área livre de febre aftosa sem vacinação, que o Paraná conquistou em maio do ano passado.

O México era um dos países que restringia a entrada de carne produzida no Paraná, por conta da questão sanitária. Agora esse mercado está aberto e as vendas para lá devem continuar crescendo.

O país é o quarto destino das exportações paranaenses, ficando atrás de China, Estados Unidos e Argentina.