Uma das novidades das eleições de 2022, a possibilidade da formação de federações partidárias tem gerado discussões intensas entre filiados, principalmente em função do impacto nas esferas estaduais e municipais. Uma das articulações mais avançadas em Brasília, a federação partidária unindo PT, PSB, PCdoB e PV encontra resistência no Paraná. O maior conflito estaria na relação entre PT e PSB - ao contrário do que ocorre no plano nacional, as duas siglas no Paraná não costumam caminhar juntas.
WhatsApp: receba um boletim diário com notícias do Paraná
Em entrevista à Gazeta do Povo nesta segunda-feira (31), o presidente do PSB no Paraná, Severino Nunes de Araújo, afirmou que é contra a participação do PSB na federação partidária capitaneada pelos petistas. “Viraria uma sub-legenda do PT”, criticou ele, lembrando que há resistência também em outros diretórios estaduais do país, com nomes importantes do PSB já se posicionando contra a união. Ele cita o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; o prefeito de Recife, João Campos; e os pré-candidatos aos governos do Rio Grande do Sul e de São Paulo, Beto Albuquerque e Márcio França, respectivamente.
“Há dificuldade para caminhar e a discussão vai longe. Mas eu sou contra por causa da verticalização. A decisão [sobre as alianças eleitorais] vem de cima para baixo e implica não apenas nas eleições de 2022, mas também nas eleições municipais, de 2024”, justificou Severino, que há quase 25 anos está no comando do PSB paranaense.
Nas eleições de 2022, o PSB local já desenha o apoio à candidatura de reeleição do atual governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). “Em agosto, fechamos um entendimento para que o PSB possa abraçar a reeleição do Ratinho Junior”, revelou ele. Já o PT estadual anda cortejando o ex-senador Roberto Requião, que saiu do MDB e se lançou pré-candidato ao Palácio Iguaçu.
Entre os deputados estaduais e federais do PSB paranaense, contudo, o veto à federação partidária ainda não é consenso. Segundo Severino, os cinco deputados estaduais da legenda têm a mesma posição, contrária à união com o PT – Alexandre Curi, Artagão Júnior, Jonas Guimarães, Luiz Claudio Romanelli e Tiago Amaral. Já na bancada do Paraná na Câmara dos Deputados, os dois representantes do PSB, Aliel Machado e Luciano Ducci, têm disposição para a formação da federação partidária.
O mecanismo das federações partidárias, criado no final do ano passado através de uma mudança na legislação (Lei 14.208/2021), permite que as siglas façam alianças nas eleições, de forma semelhante ao que ocorria com as coligações partidárias. Mas, se a união for aprovada, as siglas seguem unidas pelos próximos quatro anos – ou seja, não são válidas apenas durante a campanha eleitoral. Além disso, a federação partidária prevê a união não apenas na esfera federal – ela deve ser reproduzida também nos níveis estaduais e municipais.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná