Não foi nada boa a receptividade que o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, teve do presidente do diretório municipal do PSD, Ney Leprevost, ao assinar a ficha de filiação à legenda. “Optei por não participar”, disse. Pré-candidato à prefeitura da capital e adversário político do prefeito Rafael Greca, Ney Leprevost não poupou críticas ao novo correligionário.
RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp
Procurado pela Gazeta do Povo, ele disse que preferia não falar sobre política partidária em meio à crise provocada pelo novo coronavírus, pois está focado nas ações realizadas pela Secretaria Estadual de Justiça, Família e Trabalho, que comanda. Mas, instado a se posicionar se manteria a pré-candidatura, declarou que tem a palavra de honra dos presidentes dos diretórios nacional, Gilberto Kassab, e estadual, o governador Carlos Massa Ratinho Junior, de que só não irá concorrer à prefeitura de Curitiba se não quiser. “Nada, absolutamente nada me impedirá”, disse.
Para Leprevost, a filiação de Eduardo Pimentel ao PSD neste momento é “completamente inadequada”, com “requintes de marketing” e dentro de um processo de “articulações eleitoireiras” que se aproveitam de uma situação de crise, quando as “pessoas estão lutando pela vida e pelo não empobrecimento”. Disse que ele próprio deu uma trégua a Greca, por considerar que não é o momento para críticas políticas. “Só me dedicarei à pré-candidatura depois de passada essa pandemia”, disse, se referindo à crise causada pelo coronavírus.
Segundo Ney Leprevost, Ratinho Junior pediu que ele permaneça mais um pouco na secretaria – iria se desincompatibilizar do cargo no final de março, para disputar a eleição. “Não vejo nenhum tipo de risco. O governador é um homem de palavra e me disse que eu sou o candidato natural do partido, se eu quiser, com ou sem a entrada do Eduardo Pimentel”. Para Ney Leprevost, o vice-prefeito é que inviabiliza a própria participação nas eleições de outubro ao se filiar a um partido que já tem tomada a decisão de lançar candidato.
Para o presidente municipal da sigla, uma eventual cartada do vice de Greca seria tentar convencer o partido de que a melhor opção seria estar com a chapa de reeleição. Ou então buscar ser vice, numa chapa pura do PSD. “Ele poderá até somar conosco, embora a posição do partido seja hoje bem crítica a atual administração. Nós já temos alguns nomes em vista para vice”, afirma. A possibilidade de a questão ser decidida em uma convenção partidária, em junho, também não é considerada por Ney Leprevost. “Só teria essa disputa se o diretório municipal aceitasse. Como não vai topar, só convencendo o diretório estadual a pedir que o nacional destitua o municipal”, pondera.
Fundador do PSD no Paraná, Ney Leprevost disse que não considera trocar de legenda até sábado (4) – quando vence o prazo de filiação para os pretendentes a disputar a eleição de outubro. Para ele, o documento assinado pelo governador Ratinho Junior, divulgado junto com a oficialização da entrada de Eduardo Pimentel no PSD, é garantia de que a candidatura dele está mantida. “Só gera uns dissabores e causa um atrapalho momentâneo. Mas vamos superar isso”, diz.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião