Viabilizar uma saída via Oceano Pacífico para acessar os mercados asiático e africano é um dos principais desafios da economia do Oeste do Paraná. Grande exportadora de grãos e de proteína animal, especialmente para a China, a região Oeste sofre com a distância em relação ao Porto de Paranaguá e com os fretes marítimos caros para levar sua produção ao destino final.
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“Podemos reduzir o custo de exportação em cerca de 30% exportando via Pacífico, em comparação ao Atlântico por reduzir distância e tempo”, destacou Danilo Vendrúsculo, coordenador do Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável (Films), no encerramento da programação de painéis do evento nesta sexta-feira (13), em Foz do Iguaçu.
Ele esclareceu que a única forma de viabilizar essa saída é por ferrovia. "O melhor caminho é via Corredor Bioceânico de Capricórnio, que consiste numa ligação ferroviária desde Paranaguá, no litoral do Paraná, até o porto de Antofagasta, no Norte do Chile, passando pelo Paraguai e Argentina", disse.
Cônsul da Argentina em Foz do Iguaçu, Alejandro Massucco disse que seu país está comprometido com o projeto, pois “o corredor bioceânico é uma forma de integração e prosperidade econômica para todos os países”. Representante das cooperativas do Paraguai, Romualdo Zocche reforçou a união. “É o início de um grande trabalho em conjunto entre todos os países. Nos interessa desenvolver a logística no Cone Sul.”
Canal com o Parlasul
Presente no encerramento do Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável, o senador Nelson Trad (PSD-MS), que preside a Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), colocou-se à disposição dos grupos criados em Foz do Iguaçu. Ele relatou a experiência de seu estado, o Mato Grosso do Sul, na efetivação do corredor de transporte.
“A logística determina se o produtor é ou não competitivo no mercado internacional. Precisamos desafogar o transporte rodoviário com novos modais”, analisou. “Os corredores estimulam o desenvolvimento e reduzem o custo dos fretes. O empresário deixa de ser mero receptor de cargas para tornar-se distribuidor de mercadorias importadas”, pontuou o senador.
O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, enfatizou a importância das medidas tomadas pelo governo do Paraná para a expansão da Ferroeste, que fará a estrada de ferro conectar a fronteira.
“Em nome do município, cumprimentamos a todos que participaram desse fórum, que é um marco histórico para visão estratégica que precisamos ter na logística”, sublinhou o prefeito. “Esse debate, com certeza, nos levará a desdobramentos importantes para fortalecer a logística e o comércio internacional”, completou Chico Brasileiro.
Grupos de trabalho seguirão com estudos e propostas
O Fórum encerrou com a criação de sete grupos de trabalho e a definição do modelo de governança para prosseguir com as discussões e buscar soluções concretas que viabilizem o corredor. Os grupos são: Integração de Ferrovias; Gestão Integrada de Fronteiras; Comércio e Produção; Transporte e Logística; Integração Aérea; Turismo; e Universidade da Tríplice Fronteira.
Os grupos vão se reunir presencialmente ou virtualmente a cada três meses e terão o compromisso de apresentar os primeiros resultados no Encontro da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná (Faciap), que acontece nos dias 25 e 26 de novembro, também em Foz do Iguaçu.
O corredor bioceânico envolve não apenas a ferrovia, mas a integração de todos os modais ao longo da extensão e nos quatro países: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Ao final do evento, houve manifestação de empresários uruguaios presentes para que o Uruguai também faça parte. “O Corredor de Capricórnio não passa pelo Uruguai, mas o país é parceiro e vamos formalizar o convite para que participe das discussões e traga suas contribuições”, disse o coordenador do evento.
O encerramento do Fórum teve a presença de lideranças políticas e empresariais que destacaram a importância da integração logística multimodal para o desenvolvimento.
O Fórum Internacional foi promovido pela Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi), executado pelo Instituto Poloiguassu e teve o apoio e patrocínio da Itaipu Binacional.
* A repórter viajou a Foz do Iguaçu a convite dos organizadores do Fórum.
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