A prefeitura de Foz do Iguaçu divulgou nesta sexta-feira (18) um estudo que aponta uma retomada no turismo da cidade, conforme a vacinação contra a Covid-19 avança. O levantamento compila dados do movimento nas principais atrações turísticas, no Aeroporto Internacional Cataratas e na rodoviária local e indica um crescimento que deixa o setor de turismo otimista a ponto de não se preocupar com os efeitos da estiagem no principal cartão-postal de Foz: segundo a Sanepar, na semana passada, a vazão das Cataratas do Iguaçu chegou a 308 mil litros de água por segundo, um quinto da vazão considerada normal, de 1,5 milhão de litros por segundo.
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De acordo com o estudo da prefeitura de Foz do Iguaçu, o Parque Nacional do Iguaçu, cuja maior atração são as Cataratas, recebeu 24.632 visitantes em maio, 23% a mais do que o registrado em abril – como as atrações estavam fechadas em maio de 2020 devido à pandemia, os comparativos de visitação só puderam ser feitos em relação ao mês anterior.
No complexo turístico da usina de Itaipu, houve aumento de 41% entre o quarto e o quinto mês deste ano (foram 12.679 visitantes em maio), e no complexo turístico do Marco das 3 Fronteiras, o crescimento foi de 28% (11.331 visitantes no mês passado).
O estudo também demonstra movimento em alta no Aeroporto Internacional Cataratas e na Rodoviária de Foz do Iguaçu. No terminal aeroportuário, os embarques e desembarques subiram 1.175% no comparativo de maio com o mesmo mês em 2020 (4.035 passageiros no ano passado, no início da pandemia, contra 51.444 este ano) e 39% sobre abril deste ano. Na rodoviária, o aumento foi de 287% na comparação com maio de 2020 – foram 42.125 embarques e desembarques no mês passado.
O secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, Paulo Angeli, destaca que o movimento nas atrações turísticas, no aeroporto e na rodoviária ainda não está, em números absolutos, no patamar pré-pandemia, mas o crescimento de demanda permite otimismo.
“Todos os números, todas as pesquisas são muito claras, todo mundo está angustiado para viajar e Foz do Iguaçu é a bola da vez, não tem outra explicação”, diz Angeli. “Acredito que estamos com um processo legal, de retomada, e vamos ver agora, daqui para a frente, com o incremento da vacina, com mais gente vacinada, tenho certeza de que vai ser maior a nossa demanda.”
Visit Iguassu defende decreto estadual para retomada do turismo de negócios e eventos em Foz
Felipe Gonzalez, presidente do Visit Iguassu, instituto de promoção turística sem fins lucrativos mantido por empresas do setor, aponta que a vacinação contra a Covid-19 vem trazendo ânimo para o turismo local e que a recuperação do movimento vem ocorrendo com mais força no mercado regional, concentrado nos finais de semana e feriados.
“Estamos otimistas para uma retomada no segundo semestre, considerando o calendário de vacinação do país, os feriados prolongados e a temporada de final de ano, então, a divulgação (na mídia) de ‘seca’ das Cataratas não chega a atrapalhar a retomada, mas confunde o visitante. O que sugerimos é que o fenômeno seja tratado com cautela, pois o fato não é novo e muito menos definitivo”, argumenta Gonzalez.
“Ao longo dos últimos anos, a estiagem já apresentou os paredões das Cataratas do Iguaçu algumas vezes ao público, e agora não é diferente. É uma fase, até que a chuva volte com um volume considerável no estado. Vemos esses fenômenos inclusive como uma oportunidade para o nosso visitante, pois quem for ao Parque Nacional do Iguaçu por esses poucos dias, poderá contemplar uma visão impressionante da formação geológica por onde correm as águas do rio Iguaçu.”
Entretanto, para que a retomada do setor seja acelerada em Foz, Gonzalez cobra um decreto estadual para flexibilização das restrições para enfrentamento à pandemia, que têm inviabilizado o turismo de negócios e eventos.
“Por mais esforços que as instituições representativas deste setor venham realizando desde o início da pandemia para demonstrar a diferença para os eventos sociais (como casamentos e shows) e os rígidos protocolos sanitários que foram construídos em conjunto e estão sendo rigidamente aplicados nos hotéis, atrativos turísticos, restaurantes, espaços de eventos, infelizmente, os governos não estão abertos ao entendimento e, assim, acumulam-se uma dívida e perdas imensuráveis de negócios”, critica.
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