Somente as cataratas do Iguaçu receberam mais de 2 milhões de visitantes em 2019| Foto: Divulgação / Cataratas do Iguaçu
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Uma mulher de 33 anos que retornou de viagem à Europa há dez dias apresentando febre e outros sintomas respiratórios leves é o primeiro caso confirmado de Covid-19 em Foz do Iguaçu. A Secretaria Municipal de Saúde monitora a situação após orientar a paciente a ficar em isolamento domiciliar por 14 dias.

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Com 25 casos suspeitos da doença, Foz determinou nesta semana o fechamento de suas principais atrações turísticas, entre elas, as Cataratas, a Usina de Itaipu e o Parque das Aves. E um temor de colapso econômico e desemprego generalizado se espalhou pela cidade, com a paralisação do setor que, sozinho, responde por 2/3 da receita própria do município. Em 2019, as três atrações receberam juntas cerca de 4 milhões de visitantes.

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“A situação será de calamidade. Prejuízos milionários. Do ponto de vista do empresário, os prejuízos serão incalculáveis. E isso acabará repercutindo em toda nossa cadeia econômica”, diz Neuso Rafagnin, presidente do Sindicato de Hotéis de Foz do Iguaçu e região. Procurando atenuar o tom alarmista, Rafagnin emenda que a hora é de "manter a calma par buscar alternativas que auxiliem a amenizar o impacto negativo".

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Com uma oferta de mais de 40 mil leitos de hotelaria, os primeiros vinte dias de coronavírus no país impuseram queda estimada em pelo menos 70% do movimento de turistas na cidade. O cancelamento de voos e hospedagens, assim como a fuga dos clientes de bares, restaurantes e lojas, também já é sentida no bolso dos empresários. “A cidade ainda tem um pouco de movimento, mas isso está diminuindo a cada dia. Como faremos para manter nossas despesas quando não tivermos mais dinheiro entrando no caixa?”, questiona o comerciante Saulo Manoel Bianchi.

Gerenciamento de risco

Para tentar amenizar o sentimento de medo e ansiedade gerados pelo momento de crise, prega-se união e diálogo entre empresários, sindicatos e trabalhadores. Por iniciativa da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), o Sind-Hotéis e os shoppings centers da cidade, criaram o “Grupo de Gerenciamento de Risco”.

“Sem entendimento nós não sairemos dessa situação. O momento é de crise, mas com sabedoria iremos superar o que precisa ser superado. Outra questão que aguardamos é o posicionamento de nossos governantes para que nos auxiliem”, pontua Faisal Mahmoud Ismail, presidente da ACIFI.

Para Neuso Rafagnin, a suspensão da cobrança de impostos nas esferas Federal, Estadual e Municipal é aguardada com urgência. “Esperamos respostas rápidas para o quadro que está colocado. Não será possível pagarmos os impostos e mantermos os empregos por muito tempo. Ninguém quer demitir funcionário, acreditamos muito que isso irá passar, a questão é que precisamos manter toda uma estrutura; nesse ponto os governos precisam nos auxiliar”, defendeu.

Desde ontem, um decreto municipal proíbe a realização de qualquer evento ou atividade física com aglomeração de pessoas. O funcionamento de academias, casas de shows e feiras livres também está suspenso.

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“Nosso foco no momento é proteger as famílias, os colaboradores e a população. Depois a gente corre atrás e recupera os prejuízos. Quanto menos impacto na saúde pública, mais rápido e fortes sairemos da crise. Aconselhamos as empresas a antecipar férias coletivas. E estamos estimulando sindicatos patronais e dos trabalhadores a fecharem acordos. É um desafio: evitar a quebradeira de empresas e demissões em massa”, finalizou Gilmar Piolla, Secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]