A semana derradeira de agosto foi fértil em frases de impacto no Paraná. Algumas se destacam por serem frases de efeito; outras, pelas mensagens contundentes que passam aos interlocutores. Selecionamos alguns desses exemplos. Confira:
Rafael Greca
Na terça-feira, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM) reclamou da dificuldade que vem tendo para receber recursos federais para obras viárias. Ao cobrar o governo, além de um sonoro "Mexam-se", chegou a lembrar um dos slogans de campanha do então candidato Jair Bolsonaro: "Por favor: mais Brasil e menos Brasília".
Mexam-se e ajudem as cidades, que é onde as pessoas vivem
Rafael Greca, prefeito de Curitiba
No mesmo dia, Greca também defendeu a inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência. Afirmou ainda que a não aprovação da PEC "desmancharia a Federação". Durante seu raciocínio, criticou a distribuição dos impostos, dizendo que a cada R$ 4 arrecadados, apenas R$ 1,5 chega aos cofres de Curitiba.
O Brasil inteiro dá e Brasília tira
Rafael Greca
Ratinho Junior
Um dia antes do prefeito, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) já tinha soltado a língua. Foi durante o anúncio de um pacote de investimentos, um banco de projetos de infraestrutura que até o fim mandato implicaria em aportes de R$ 350 milhões. Em certa altura do discurso, ao enfatizar o Paraná como potência mundial, apontou um novo motivo para o entrevero entre o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro: a França tem medo dos produtores paranaenses.
A França está brigando com a gente não é por causa de árvore, não. É porque a partir do momento de um acordo com a União Europeia, os nossos agricultores vão dominar o mercado que eles dominam hoje
Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná
Norberto Ortigara e Antônio de Oliveira Sampaio
Quem não perdeu a oportunidade de demonstrar suas convicções foi o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara, ao falar sobre a discussão a respeito do fim da vacinação de febre aftosa nos rebanhos do estado. A questão foi motivo de audiência pública na quarta-feira (28) e tem dois lados claramente distintos: aqueles que defendem a antecipação do fim da vacinação, abrindo mercados novos para a carne bovina local; e aqueles que entendem que a medida é perigosa e traz poucos benefícios.
Quando vacino, mostro uma cara de doente para o mundo
Norberto Ortigara, secretário estadual de Agricultura
Quero beber água limpa
Norberto Ortigara, usando a analogia para defender que é importante o estado ser o primeiro a chegar aos mercados que, em tese, se abririam com o fim da vacinação de febre aftosa no Paraná
Representante do outro lado da contenda, Antônio de Oliveira Sampaio, presidente da Sociedade Rural do Paraná, já aceita ser voto vencido, mas nem por isso desistiu de protestar oficialmente. Ele entende que, com o fim da vacinação, a fraca fiscalização transformaria o surgimento de qualquer foco da doença em "uma catástrofe".
[...] que conste em ata que fomos contra
Antônio de Oliveira Sampaio, presidente da Sociedade Rural do Paraná
Oriovisto Guimarães
O senador Oriovisto Guimarães (Podemos) vira e mexe em declarações - e postura - fortes. O professor e empresário paranaense é o autor de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê um limite para pedidos de vistas no Supremo Tribunal Federal (STF) e proíbe decisões monocráticas em ações de controle concentrado de inconstitucionalidade - quando se verifica se as normas estão em conformidade com a Constituição. A PEC tem sido vista como um freio ao ativismo judicial, quando o Judiciário avança sobre atribuições dos outros poderes.
Nos nossos dias, uma lei pode ser aprovada por 513 deputados, 81 senadores, sancionada pelo presidente da República e, simplesmente com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, um único ministro do Supremo Tribunal Federal pode declarar essa lei inconstitucional e ela ficar por prazo indefinido sem uma solução
Oriovisto Guimarães (Podemos), senador do Paraná
Pedro Lupion
Na terça-feira (27), o deputado federal paranaense Pedro Lupion (DEM) deu parecer favorável à admissibilidade da PEC 187 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A medida permite que comunidades indígenas possam exercer atividades agropecuárias e florestais em suas reservas.
A proposta permite que o índio produza e possa comercializar essa produção para não depender mais de ONGs
Pedro Lupion (DEM), deputado federal pelo Paraná
Boca Aberta
Integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deram início nesta semana a uma denúncia contra o deputado paranaense Boca Aberta (Pros) por quebra do decoro parlamentar. A origem da confusão é um vídeo gravado pelo político em uma visita surpresa a um hospital de Jataizinho, na região de Londrina, durante a madrugada. Um médico que dormia naquele momento, em que não havia pacientes aguardando atendimento, foi duramente criticado pelo deputado na gravação, que viu irregularidade na situação. Sobre a decisão dos colegas, Boca Aberta se diz vítima de um golpe.
Tem parlamentar lá que dorme na Papuda (presídio de Brasília) e de tarde vai na Câmara trabalhar e o Conselho de Ética quer dar uma reprimenda em mim? É um golpe, um tapetão
Boca Aberta (Pros), deputado federal pelo Paraná
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