Furto de cabos de telefonia causam prejuízo milionário todos os anos| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) deve entrar na briga contra os casos de furto e roubo de equipamentos de telecomunicação, em especial os itens de cabeamento. Na semana passada, representantes da instituição se reuniram com integrantes da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e da Associação Comercial do Paraná (ACP) para debater o assunto e alinhar uma pesquisa futura sobre o problema.

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Ainda não há expectativa de quando as primeiras informações estarão prontas e serão divulgadas, mas a ideia é fornecer elementos que chamem a atenção do Poder Público e também da sociedade.

De acordo com Marcos Wagner da Fonseca, diretor do setor de Ciências Sociais Aplicadas da UFPR, a ação recorrente da criminalidade vem impactando diretamente o dia a dia da economia do país. "Isso [os casos de furto, roubo e vandalismo] gera uma série de complicadores não apenas para as operadoras, mas também à população, que fica com o acesso aos serviços de comunicação prejudicado".

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Ele afirma que este vai ser o primeiro estudo sobre a área desenvolvido na capital paranaense. "Essa parceria [Fiep, UFPR e ACP] é importante porque nos permite dar um encaminhamento palpável à questão".

Dados do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) revelam que, se o volume anual de cabos furtados ou roubados no país -- aproximadamente 4 milhões de metros lineares -- fosse colocado em fila, seria possível conectar o município de Oiapoque, no extremo norte brasileiro, à cidade de Chuí, no extremo sul.

Em nota, a entidade esclarece que "somente durante o ano de 2018, as prestadoras de serviços de telecomunicações tiveram prejuízo de R$ 500 milhões com o roubo e o furto de cabos e equipamentos de telecomunicações".

Ainda conforme o sindicato, o dinheiro que as empresas gastam para corrigir os danos causados por criminosos aos sistemas de comunicação equivale ao investimento necessário para a instalação de quase mil novas antenas no Brasil. "Por ano, aproximadamente 5 milhões de clientes têm os serviços interrompidos e 6 mil ocorrências policiais são registradas, entre denúncias de furto, roubo e receptação de elementos das redes de telecomunicações".

A perda estimada de receita em 12 meses é de R$ 300 milhões. "Esses roubos também podem comprometer serviços de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas".

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Hélio Bampi, um dos vice-presidentes da Fiep, ressalta que, se o atual cenário é ruim, no passado, era ainda pior. "Hoje ao menos temos áreas na Segurança Pública que vêm contribuindo para mudar esse panorama". Ele afirma que a criação de delegacias especializadas nos grandes centros urbanos do Paraná seria o passo mais acertado a partir de agora. "É só uma questão de vontade política, porque sabemos que funciona. Já conseguimos reduções significativas na quantidade de ocorrências, e isso apesar das limitações atuais. Imagine se tivéssemos mais ferramentas para atacar esse tipo de problema diretamente".

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Bampi cita, como exemplo, a medida adotada no estado do Amazonas. "Lá a ideia de mitigação máxima de furtos, roubos e vandalismo tem pautado ações muito efetivas. Depois da criação de um distrito policial específico para tratar do assunto, os casos tiveram uma queda de 70%", completa.

A Gazeta do Povo procurou a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária, mas o órgão não tem dados sobre a incidência de crimes como esses.

Por meio da Assessoria de Imprensa, o SindiTelebrasil afirma que não há dados consolidados sobre esses crimes por estado. "Acreditamos que, quanto mais o assunto for debatido pela população, as empresas e a sociedade civil organizada, maior a chance de o Poder Público investir em soluções para mudar essa realidade, e logo", justifica Bampi.

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