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Setor produtivo cobra investimentos em armazéns no estado
Setor produtivo cobra investimentos em armazéns no estado| Foto: Gilson Abreu/AEN

A Portos do Paraná, que administra o principal porto de transporte de grãos do Brasil, o Porto de Paranaguá, espera escoar 3,6 milhões de toneladas de soja estocada de outubro a dezembro deste ano, o que representa um aumento de 203% se comparado ao mesmo período do ano passado.

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Entre os motivos estão os estoques ainda abarrotados da safra passada e que precisam, com urgência, de liberação com a aproximação do novo ciclo de colheitas referente ao período 2023/24.

No Paraná, o segundo maior produtor do grão do Brasil, onde se colheu 22,5 milhões de toneladas neste ano, o plantio está acelerado em regiões como o Oeste e Noroeste, principais produtoras da oleaginosa no estado, o significa início da colheita do cereal a partir do mês de dezembro.

“Precisa vender a soja estocada porque é necessário abrir espaço nos silos e armazéns para o que está por vir. Como o ritmo de venda ao longo deste ano foi menos acelerado do que nos anos anteriores, por conta da queda na cotação do cereal, chegou o momento que o produtor precisa vender para liberar espaço”, lembra o especialista de mercado e economista, Rui São Pedro.

Segundo São Pedro, considerando o preço médio de balcão em torno de R$ 130 a saca de 60 quilos, o movimento esperado no porto até o fim deste ano será que quase R$ 8 bilhões, referente apenas a venda da commodity. “As questões de exportações precisam ser programadas para a chegada dos navios e escoamento. Então, precisa de um tempo para esta programação”, alerta.

Somente no Paraná, a estimativa é de cerca de 10 milhões de toneladas da oleaginosa paradas nos armazéns até agosto. Por todo o Brasil, no meio deste ano, o volume de soja estocada chegava a 58 milhões de toneladas.

O movimento no Porto de Paranaguá, no entanto, não conta apenas com o escoamento da produção paranaense, mas de outros gigantes produtores como Mato Grosso, o maior do Brasil que colheu mais de 45 milhões de toneladas, Mato Grosso do Sul, e do Paraguai, que sem saídas para o mar escoa a produção por Paranaguá.

“O volume, se confirmado, representará um crescimento de 203% em relação ao mesmo período de 2022 quando foram embarcados 1,2 milhão de toneladas de soja”, informou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Na avaliação de Dilvo Grolli, presidente da Cotriguaçu, cooperativa central que reúne cinco das dez maiores cooperativas do agro brasileiras, com sede no Paraná, o cenário aponta para a necessidade de investimentos em novas estruturas de armazenagem, problema histórico e crescente no Brasil.

“Temos um déficit que soma de 110 a 120 milhões de toneladas no Brasil e por isso, para abrir espaço para novas safras, é preciso comercializar. Porém, muito dessa deficiência de estocagem ocorre em função do nosso aumento de produção. Só de 2021 a 2023, aumentamos 70 milhões de toneladas em produção”, ressalta Grolli.

Em 2022/23, o Brasil, que é o maior produtor de soja do mundo, colheu 154,6 milhões de toneladas do cereal. Na próxima safra em curso, o país espera 162 milhões de toneladas, segundo avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

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