O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que parte da mídia fez do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) um “Deus” e que o parlamentar “acreditou nesse personagem”. O ministro voltou a criticar a operação Lava Jato, dizendo que Moro e o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Novo-PR) “andaram fazendo algum mal”. As falas de Gilmar Mendes estão em entrevista concedida ao UOL News, nesta segunda-feira (15).
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O ministro do STF foi questionado sobre o encontro que teve com o senador Sergio Moro, no último dia 2. Mendes teria dito, na ocasião, que Moro e Dallagnol “roubaram galinhas juntos”. “Eu não disse que eles são ladrões de galinhas, [eles] roubaram galinhas juntos. É uma expressão para dizer que andaram fazendo algum mal. Vocês mais sofisticados da vida urbana vão dizer ‘você sabe o que fez no sábado à noite’. 'Vocês estavam juntos fazendo malfeitos', era isso que eu estava querendo dizer”, comentou.
Mendes reiterou as críticas sobre a dobradinha Moro-Dallagnol. “As consultas que ele fazia com Dallagnol: essa colaboração não pode ocorrer, uma consulta entre um juiz e um promotor. Eu comentei isso com ele”.
No encontro entre Gilmar Mendes e Moro, o ministro falou que o senador "conhece pouco Brasília" e que talvez "estivesse muito inflado" graças a mídia. "Uma parte da mídia o fez em algum momento 'Deus', o sujeito que veio para salvar. Me lembro que uma vez ouvi do general [Eduardo] Villas Bôas: 'Ah, a gente deve tudo a esse Sergio Moro'. Acho que havia essas considerações em setores muito importantes. Acho que ele acreditou nesse personagem criado por vocês mesmos, da mídia", afirmou Mendes.
Então, o ministro ainda disse que Moro deveria procurar a biblioteca do Senado, pois o senador teria “lacunas de formação”, nas palavras de Gilmar Mendes. “Aí eu disse assim [para Moro]: 'o Senado é um bom lugar'. Já se disse que o Senado é melhor do que o céu, porque não precisa morrer para estar lá. A biblioteca é famosíssima, é excelente. E você revela algumas lacunas de formação, então aproveite a chance que você está tendo no Senado - e obviamente que ele não está lá muito ocupado. Mergulhe-se na biblioteca. É uma chance de suprir esses déficits de informação e formação”, disparou.
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