O governo do estado inaugurou nesta segunda (1) e terça-feira (2) dois hospitais no interior do Paraná: o Hospital Regional de Ivaiporã, no Vale do Ivaí, e o Hospital Regional de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, respectivamente.
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Ambos já estavam com a abertura planejada pré-pandemia para o fim do ano, mas tiveram os serviços e obras antecipadas para se integrarem à força-tarefa de combate à Covid-19. No momento as unidades vão atender exclusivamente demandas relacionadas ao novo coronavírus.
O hospital de Telêmaco Borba é emblemático e já havia sido inaugurado três vezes ao longo dos últimos 11 anos, embora sem ter feito qualquer atendimento ao público até esta terça (2), quando enfim abriu as portas.
"Estava pronto, mas não estava. Faltavam questões estruturais do ponto de vista hidráulico, elétrico, o gerador e ligação com o esgoto, além da aquisição de alguns equipamentos. Para colocar em funcionamento, também foi feita a manutenção de todos os equipamento já existentes, como respiradores e monitores", explica o secretário de Saúde, Beto Preto, que enfatizou a parceria com a Klabin. A empresa investiu R$ 1,5 milhão nas intervenções necessárias para a abertura.
O hospital nos Campos Gerais abre inicialmente com 40 novos leitos, sendo 10 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 30 de enfermaria. No futuro, com a capacidade total, o centro médico terá espaço para dobrá-los: 20 leitos de UTI e 60 de enfermaria clínica.
Beto Preto diz que monitora a situação da Covid-19 dia a dia e que a abertura de mais vagas pode ser feita a qualquer momento, caso necessária.
Em Ivaiporã, o hospital regional abriu com 20 leitos de UTI e 60 leitos de enfermaria. Em capacidade plena, no futuro, poderá ter até 98 leitos de enfermaria. O complexo médico terminou de ser equipado pelo governo na semana passada, com a instalação de cardioversores, eletrocardiógrafos, monitores e oxímetros, além de ventiladores pulmonares e monitores com vários parâmetros nas UTIs.
Para abrir os hospitais, o governo abriu um chamamento público com amparo no decreto da pandemia. Em Telêmaco, a administração está a cargo da Santa Casa de Ponta Grossa, enquanto em Ivaiporã da Rede de Assistência à Saúde Metropolitana, que administra hospitais em Sarandi e Maringá.
Ambos os contratos valem por seis meses, assim como do Hospital Regional de Guarapuava, na região Centro-Sul, que tem previsão de abertura para a segunda quinzena de junho e será gerido pelo Erasto Gaertner. Lá a ativação inicial será de 10 leitos de e UTI adulto e 40 leitos de enfermaria clínica.
Hospitais devem ter vocações específicas pós-pandemia
Segundo o secretário Beto Preto, cada um dos três hospitais abertos neste mês no interior deve servir a diferentes propósitos a partir de dezembro, cada qual se adaptando à realidade de sua região.
"Em uma segunda etapa no final do ano, vamos preparar o modelo de licitação para a administração deles, teremos um perfil em cada hospital. Nosso estado é bem servido de hospitais filantrópicos e eles estão presentes em todas as regiões, nosso papel é entrar complementando o que precisa em cada uma delas, dentro do nosso projeto de regionalização da saúde".
Em Telêmaco Borba, por exemplo, o perfil necessário é "materno-infantil". "Falta uma boa maternidade, para partos de risco, leitos de UTI neo-natal", diz Preto. Em Ivaiporã a ideia é fazer um hospital mais geral, com foco em cirurgias eletivas, um "grande gargalo" na região, segundo o secretário. Já em Guarapuava terá "porta-aberta" para emergências e traumas.
Quando as novas vocações estiverem funcionando, o objetivo é diminuir a dependência das respectivas cidades e suas vizinhas (menores) de longas viagens a Ponta Grossa e RMC no caso de Telêmaco Borba ou à Londrina, no caso de Ivaiporã. De acordo com o secretário, apesar do fortalecimento da rede SUS, parte dos pacientes não deixará de viajar dependendo da especifidade e/ou complexidade da doença, mas esses deslocamentos devem ser reduzidos.
"Será um grande legado na estruturação da rede. Optamos em não abrir hospitais de campanha focando dentro do que já existia. Claro que se precisar, não vamos abrir mão deles", concluiu Preto.
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