O Ministério da Justiça aumentou em 50% o efetivo da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para reforçar o patrulhamento na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, localizada entre Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná. A medida foi necessária após a comunidade avá-guarani sofrer um ataque na noite de sexta-feira (3) que deixou quatro indígenas baleados, entre eles uma criança e um adolescente.
Desde janeiro do ano passado, 30 agentes da Força Nacional atuam na região em meio à escalada de violência. O ministério afirmou que a nova equipe começará a atuar ainda neste sábado (4). A Polícia Militar do Paraná (PMPR) e a Polícia Federal realizam o policiamento ostensivo para proteger o local. A PF conduz as investigações sobre o ataque.
Os conflitos agrários se intensificaram diante da iminência de um processo de demarcação de territórios indígenas no oeste do estado. Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) condenou os “atos de violência contra o povo avá-guarani, ocorridos desde o fim de dezembro de 2024”.
A pasta, comandada por Sônia Guajajara, acompanha a situação junto aos indígenas e pediu a “investigação imediata dos grupos armados que atuam na região”. Os feridos foram levados ao Hospital Bom Jesus de Toledo. Os dois adultos permanecem internados, a criança e o adolescente já receberam alta, segundo a GloboNews.
Conforme denúncias do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), desde o dia 29 de dezembro de 2024, o local tem sido alvo de ações violentas que resultaram em uma pessoa baleada no braço, no dia 31, e outra queimada no pescoço, no dia 30. O Cimi afirmou que os episódios de violência foram anunciados há mais de um mês por não indígenas descontentes com a retomada dos territórios tradicionais pelos indígenas, informou a Agência Brasil.
As entidades que representam os indígenas criticaram a resposta do governo e apontaram que a Força Nacional age “como se nada estivesse ocorrendo”. “Os indígenas e instâncias de governo têm acionado a Força Nacional a cada novo ataque, mas até agora não se tem o retorno esperado. Os ataques continuam, a vida dos indígenas está sem proteção nenhuma”, disse o secretário executivo do Cimi, Luis Ventura.
A comunidade avá-guarani reivindica cerca de 32 mil hectares na região. A área disputada representa mais de 70% do território de Terra Roxa e quase um quarto de Guaíra, municípios relevantes no cenário do agronegócio brasileiro, voltados, predominantemente, ao cultivo de soja, milho e à produção de proteína animal.
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