O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), deve anunciar um novo decreto com medidas de enfrentamento à pandemia do coronavírus na segunda-feira (17). O decreto 7.506/2021, em vigor desde o último dia 1º, chegava ao fim às 5 horas deste sábado (15), mas ele já foi prorrogado até as 5 horas de segunda-feira (17). Até lá, durante o fim de semana, o governo estadual pretende avaliar a situação de cada região para definir novas regras e anunciá-las na segunda-feira (17).
Salvo determinações mais restritivas impostas pelas prefeituras dos municípios, o decreto estadual em vigor representa uma flexibilização em relação à norma anterior. Bares, restaurantes, shopping center e comércio em geral puderam abrir aos domingos, por exemplo. O toque de recolher e lei seca vigentes vão das 23h às 5h do dia seguinte. Números da pandemia, contudo, não indicam mais um decreto com nova flexibilização.
Em 1º de maio, quando Ratinho Junior reduzia as restrições através do decreto 7.506, a chamada taxa de transmissão (Rt) do coronavírus no Paraná estava em 0,95, de acordo com o monitoramento feito pela plataforma digital Loft.Science. A taxa de transmissão é o número de contágios causados por cada pessoa infectada em um determinado ponto do tempo. Quando o Rt está abaixo de 1, a tendência é de desaceleração do contágio. Acima de 1, o Rt indica que a situação está fora de controle. O mais recente Rt disponibilizado pelo Loft.Science, em 11 de maio, está em 1,12 no Paraná.
Dois outros números da pandemia também crescem no Paraná, como mostram levantamentos feitos pela Gazeta do Povo (veja gráficos logo abaixo) a partir de dados divulgados diariamente pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A fila de pessoas com sintomas de Covid-19 que aguardam por leitos adequados para tratamento, de UTI ou de enfermaria, estava em 300 pessoas em 1º de maio; em 13 de maio, a fila saltou para 551. O recorde até agora foi registrado em 16 de março, quando a fila estava em 1.357 pessoas. Já a fila de pessoas internadas com sintomas da Covid-19 também voltou a crescer: em 1º de maio, eram 4.754 pessoas internadas (tanto na rede pública quanto na particular); em 13 de maio, eram 5.068. O recorde de ocupação de leitos foi registrado em 30 de março: 5.754 internados naquela data.
Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (14), o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, não deu detalhes sobre quais mudanças exatamente devem ser feitas no novo decreto, mas admitiu que há possibilidade de ampliar as restrições. “Estamos enfrentando um acréscimo de casos nos últimos dias. Vínhamos em uma queda sustentada e agora voltamos a ter um aumento de casos. Vamos continuar acompanhando. Mas talvez tenhamos situações novas no novo decreto. Talvez voltemos um estágio atrás, mantendo o final de semana um pouco mais restrito do que está agora”, sinalizou ele.
Nesta quarta-feira (14), o Paraná alcançou a marca de 1 milhão de pessoas infectadas desde o início da pandemia, em março de 2020. Boletim da Sesa registrou 1.006.266 casos confirmados de pessoas infectadas. O boletim também mostra que, até agora, 24.187 pessoas já perderam a vida em decorrência da Covid-19.
Em Londrina nesta sexta-feira (14), Ratinho Junior também falou sobre o novo decreto em entrevista à RPC. Segundo ele, a ideia é analisar os números por região e adotar medidas "pontuais", sem afetar todo o estado. "A gente quer voltar à normalidade o mais rápido possível. Todo mundo já está exausto desta pandemia. Mas, enquanto todo mundo não for vacinado, não adianta tapar o sol com a peneira", disse ele.
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