Mesmo sem ainda definir a data de retomada das aulas presenciais, o governo do Paraná já garantiu que a escolha do retorno caberá às famílias. Para identificar a demanda na rede estadual, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) lançou nesta quarta-feira (5) uma pesquisa para colher a opinião de cerca de 1 milhão de alunos e 70 mil profissionais do sistema público. Outras redes deverão fazer o mesmo. O protocolo sobre as medidas de higiene e distanciamento social foi finalizado na semana passada.
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Segundo o diretor-geral da Seed, Gláucio Dias, a pesquisa foi enviada via sms e e-mail e estará disponível até terça-feira (11); os resultados serão divulgados no dia 14, sexta-feira. As aulas presenciais estão suspensas no Paraná desde 20 de março, como medida de prevenção à disseminação do coronavírus. Em julho, o governo estadual criou um Comitê de Volta às Aulas, com integrantes de várias secretarias e instituições relacionadas à educação. A palavra final sobre a data de retorno será dada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
Na semana passada, Dias informou que há expectativa para retorno em setembro, mas a Sesa já reiterou que ainda não há uma data. O protocolo prevê um retorno escalonado, iniciando com os estudantes do 3º ano do ensino médio e 9º ano do ensino fundamental; em seguida, os estudantes do ensino médio; depois disso, os alunos do ensino fundamental I e II; e, por fim, os estudantes da educação infantil.
Em várias frentes há resistência ao plano do governo, mesmo sem data definida. No dia 30, quando a Seed divulgou o protocolo de retorno, a APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual, manifestou preocupação com a retomada sem controle da pandemia. Os prefeitos do Paraná também afirmaram que não pretendem retomar as aulas presenciais das redes municipais em breve, alegando dificuldades financeiras para substituição de professores do grupo de risco para a Covid-19.
Por outro lado, a preocupação com o impacto sobre as crianças, principalmente as mais vulneráveis, é grande. Na terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório sobre a educação na pandemia, apontando os diversos prejuízos causados pelo fechamento das escolas. "Agora, enfrentamos uma catástrofe geracional que pode desperdiçar um potencial humano incalculável, minar décadas de progresso e acentuar desigualdades enraizadas”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. A ONU reiterou que “uma vez que a transmissão local da Covid-19 esteja sob controle, mandar os alunos de volta para as escolas e instituições de ensino, da forma mais segura possível, deve ser uma prioridade”.
Só o Amazonas já retomou aulas presenciais
Em todo o Brasil as aulas presenciais foram suspensas a partir de meados de março. Há casos localizados de cidades que já autorizaram o retorno das atividades escolares. Entre os estados, apenas o Amazonas já iniciou a retomada. As aulas nas escolas particulares tiveram início em 6 de julho, e a rede estadual fará a reestreia na próxima segunda-feira (10).
Segundo informações do governo de Amazonas divulgadas em 31 de julho, não houve ocorrências de casos de Covid-19 no ambiente escolar em julho. Manaus foi uma das cidades mais afetadas pela pandemia no primeiro semestre, e continua a registrar casos diários, bem como o Amazonas, mas em menor proporção, e atualmente tem número de mortes baixo em relação a outros estados. Nesta quarta-feira (5), foram 981 novos casos no estado e 8 óbitos, totalizando 104,2 mil casos e 3.317 mortes.
No Distrito Federal, a Justiça autorizou o retorno das escolas particulares nesta quarta-feira (5), após conciliação entre trabalhadores e dirigentes. Segundo o Mapa de Retorno das Atividades Educacionais presencial no Brasil, produzido pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), há outros sete estados com planos para a retomada das aulas presenciais nos próximos meses: Alagoas, Ceará, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
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