O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, afirmou à Gazeta do Povo que o governo estadual trabalha na modelagem econômica e financeira para que o projeto da Nova Ferroeste seja colocado na Bolsa de Valores para uma concessão que atraia investidores no mercado.
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“Levamos firme nosso projeto de levar o Paraná a ser cortado por trilhos de ponta a ponta e também chegando a outros estados, esse é nosso objetivo e o governador não abre mão desse projeto”, ressaltou.
Durante a Sul Export, evento de infraestrutura realizado no mês de julho em Curitiba, Sandro Alex comentou a possibilidade de uma convergência de projetos entre a concessionária Rumo e a Ferroeste, quando se discutia o transporte de cargas e acesso ao Porto de Paranaguá, hoje feito prioritariamente por vias terrestres.
Ao se referir ao escoamento por trilhos, o secretário disse entender que a renovação antecipada da concessão da Malha Sul, trecho administrado pela Rumo numa concessão do governo federal, é importante para a logística e que “podem e devem conversar”, em uma possível referência ao alinhamento dos projetos com a Ferroeste, concessionada ao estado do Paraná. Ele ainda lembrou que existe uma parceria com a Rumo na região oeste do Paraná a partir de um codeshare em um compartilhamento de linhas.
“Nós estamos falando de dois grandes projetos: Malha Sul e Ferroeste (a atual e a Nova Ferroeste que é um projeto de médio prazo). Se pode haver uma convergência? Se for benéfico para o usuário, para o setor produtivo, para o custo de logística, para a rapidez na execução das obras e que tenhamos um prazo menor e que possamos chegar lá no Porto de Paranaguá, que é nosso objetivo, o diálogo pode e deve acontecer sempre”, respondeu.
O secretário de Infraestrutura e Logística disse que não é possível "abrir mão" dos trilhos cortando o estado do Paraná, chegando ao Mato Grosso do Sul, na fronteira, na cidade de Foz do Iguaçu para trazer carga do Mercosul ou mesmo de Santa Catarina. Segundo ele, o objetivo é chegar numa modelagem que se sustente do ponto de vista econômico e financeiro, proporcionando logística com o menor custo aos paranaenses.
Pela tramitação atual do projeto da Nova Ferroeste, não há negociações que envolvam a Rumo Logística, mas pode ocorrer alguma parceria, como compartilhamento de trilhos.
“Estou falando com o presidente da Rumo. A Ferroeste vai avançar (Nova Ferroeste), esse é um grande projeto, o governador não abre mão disso. Nós temos que ter diálogo e é possível uma convergência (de projetos), eu torço por isso, trabalharei para isso, mas não tenha dúvida que a Ferroeste vai avançar em um grande projeto”, destacou.
Ao ser questionado como seria viável essa convergência, o secretário considerou a possível junção de projetos. “É possível que nós possamos unir os projetos. Nosso objetivo é um só, chegar ao Porto de Paranaguá com uma grande movimentação (de cargas)”, disse.
A Rumo, que tem a concessão da Malha Sul válida até 2027, trata com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a antecipação de renovação. Durante o mesmo evento recente em Curitiba, o diretor da ANTT, Marcelo Fonseca, afirmou que ainda há uma série de questões a serem tratadas e que a proposta envolve averiguações no Tribunal de Contas da União (TCU). Novidades devem ficar para 2024.
Confira os trechos da Nova Ferroeste
A nova ferrovia será composta por dois trechos ferroviários. O trecho 1 vai de Guarapuava ao Porto de Paranaguá, no Paraná, em uma concessão estadual. O artigo 21 da Constituição Federal diz que só é concessão federal serviço que ultrapasse os limites estaduais ou ligue portos às fronteiras. Terá 400 quilômetros de extensão, descendo a serra em paralelo à BR-277. A concessão desse trecho será estadual.
O trecho 2 liga Dourados, no Mato Grosso do Sul, a Guarapuava, no Paraná, e neste caso a subconcessão federal do segmento já é da Ferroeste. Prevê a extensão de um ramal de Cascavel (PR) a Maracaju (MS), com a construção de 350 quilômetros de ferrovias. O projeto prevê ainda a revitalização do trecho de 250 quilômetros existentes e operados pela Ferroeste entre Guarapuava e Cascavel. Este trecho também será subconcessionado.
Segundo a descrição do projeto, “o traçado da nova ferrovia não poderá utilizar a malha ferroviária já existente operada pela Rumo, nem mesmo a sua Faixa de Domínio”.
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