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Como uma grande cidade do Paraná evitou mortes por Covid-19, até agora
| Foto: Prefeitura de Ponta Grossa

Entre os 91 municípios com mais de 300 mil habitantes do Brasil, apenas dois ainda não registraram morte causada pelo coronavírus: Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e Pelotas, no Rio Grande do Sul. A cidade paranaense tem até agora 62 casos confirmados, dos quais 35 recuperados. Outros 25 cumprem isolamento domiciliar e dois estão internados em enfermaria, conforme o boletim divulgado na terça-feira (26).

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Ponta Grossa tem um outro caso suspeito hospitalizado, mas a situação da regional de Saúde também é tranquila, e com isso a ocupação de leitos está baixa: apenas 1 dos 10 leitos de UTI e 3 dos 25 leitos clínicos contratados pelo governo do Paraná. Esses dados, porém, mudam rapidamente. O município tem população estimada de 351 mil pessoas.

Essa situação confortável ocorre mesmo com a liberação das atividades comerciais há mais de um mês. Comércio e shoppings estão funcionando desde 22 de abril em Ponta Grossa. Mas a Fundação Municipal de Saúde (FMS) é taxativa: foram as medidas de isolamento social adotadas no início da pandemia no Brasil que contribuíram para a contenção no número de casos.

Posteriormente, as atividades comerciais e de serviços foram autorizadas a reabrir, cumprindo uma série de determinações – que estão sendo fiscalizadas, conforme a prefeitura. A adesão da população foi importante: primeiro com o isolamento social e depois com o uso de máscaras para circulação na cidade. “A população entendeu a importância da sua participação e que o município não é o único responsável contra a doença, todos devem fazer sua parte. A comunicação foi essencial na divulgação e assertiva no que diz respeito as medidas que foram e continuam sendo tomadas por todos de Ponta Grossa”, informou a FMS.

Durante o período de isolamento, a cidade organizou um protocolo específico de atendimento, centralizando o acompanhamento de casos sintomático respiratórios e de casos suspeitos leves nas Unidades Básicas de Saúde e redirecionando casos moderados ou graves para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ao mesmo tempo, os casos de trauma foram redirecionados para o Hospital Municipal, o que melhorou o fluxo de atendimentos e facilitou o acesso da população.

O número de casos vem crescendo, mas a FMS diz que não é possível relacionar essa situação com a reabertura do comércio, já que ao mesmo tempo houve um acréscimo no número de testes rápidos, com a permissão do Ministério da Saúde. Do total de 62 casos, 31 eram de pessoas com 30 a 49 anos; 9 tinham 60 anos ou mais. Há 12 casos esperando resultado do teste molecular (RT-PCR). Outros 377 exames desses deram negativo.

Saúde da Família

Para manter sob controle o número de casos graves e, consequentemente, o de mortes, o município tem um trunfo: ação coordenada das equipes de Saúde da Família, com cobertura de 85% da população. No momento, a FMS está monitorando 1.509 pessoas com suspeita de sintomas de doenças respiratórias. Esse trabalho é feito por uma equipe multidisciplinar de cerca de 100 profissionais.

“Entram em contato, perguntam a situação de saúde. Se houve piora, o profissional tem qualificação necessária para orientar que busque unidade básica, ou se for um caso mais grave, vai orientar ao paciente que busque a unidade sentinela para casos de Covid, que é nossa UPA. Com isso, o paciente recebe em momento oportuno o atendimento e, se necessário, o internamento, antes de piorar sua condição de saúde, e consequentemente evitando casos mais graves e óbitos”, afirmou à Gazeta do Povo o secretário adjunto de Saúde, Rodrigo Daniel Manjabosco. Para ele, essa estratégia fez diferença no combate à disseminação do coronavírus na cidade.

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