Nunca os preços da soja e do milho estiveram tão altos no Brasil como agora. Nos últimos 12 meses, o milho subiu cerca de 140%, chegando a R$ 96 a saca de 60 quilos e a soja, 73%, com a saca custando R$ 163. Os dados são do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Paraná. A alta se deve principalmente ao aumento do dólar e à valorização dos produtos no mercado internacional. Se por um lado, os produtores dos grãos comemoram, por outro, avicultores e suinocultores sofrem com a elevação do custo de produção já que milho e soja são os principais componentes da ração que alimentam os planteis.
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“O milho e o farelo de soja representam 51% do custo de produção do frango vivo (até atingir o peso de abate) e essa alta está impactando muito a nossa atividade”, conta Reni Girardi, gerente da divisão industrial da C.Vale, cooperativa agroindustrial, com sede em Palotina, no Oeste do Paraná. “Somos uma cooperativa diversificada, o frango representa 25% do nosso faturamento, mas para as menores, que dependem basicamente dessa produção, o problema é bem mais grave”, afirma.
Na Coopavel, de Cascavel, que também produz frangos, a situação não é diferente. “Fomos pegos de surpresa com a alta do milho e da soja”, conta o presidente Dilvo Grolli. Ele diz que o agravante é que o Brasil está com excedente de frango no mercado interno porque a produção cresceu 3,3% no último ano, enquanto o aumento na exportação foi de apenas 1%. “A oferta maior que a demanda pressiona os preços da carne para baixo”, diz.
Para tentar amenizar a crise, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estão se mobilizando e encaminharam uma lista de reivindicações ao governo federal. “Nossos custos subiram muito e não temos como repassar para o consumidor, que perdeu renda e está comprando menos. Precisamos de ajuda para atravessar essa fase”, destaca José Antônio Ribas Júnior, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar).
As reivindicações do setor são: a autorização excepcional para importação de milho transgênico produzido nos Estados Unidos, para uso exclusivo na ração animal; a suspensão temporária (até dezembro/21) da cobrança de PIS e COFINS sobre a importação de grãos; a suspensão temporária da cobrança de PIS e COFINS incidentes sobre o custo do frete nas operações interestaduais de transporte de grãos; a ampliação do acesso a crédito para construção de armazéns e armazenagem de milho, voltado às agroindústrias e cooperativas de proteína animal do Brasil; incentivo ao plantio de cereais de inverno, para uso em substituição ao milho e soja na ração; e linhas de crédito favoráveis para o plantio de milho no verão, com juros adequados, subvenção de seguro e aumento de limite por CPF.
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